27 abril 2006

nostalgia

esta época do ano é sempre meio nostálgica para mim que vivo no meio universitário... mesmo numa cidade sem grande tradição académica, como Lisboa. estão a fazer os preparativos para a Benção das Fitas no relvado da Cidade Universitária. há fitas por todo o lado e muito mais gente trajada do que é habitual. começam as queimas, não tarda nada.

que saudades das serenatas! ia à Serenata da Queima do Porto. há dias, recebi um fado que costuma(va) encerrar a Serenata - chama-se Balada de Despedida do V Ano Jurídico 1989 e é absolutamente lindo. esta manhã recebi fotografias desse tempo, que nunca tinha visto. à parte de comentários como «ih! bem! éramos todos tão novinhos!!!», ficou-me a certeza de olhar para elas e ver que grande parte daquelas pessoas entrou na minha vida nessa época e está para ficar... e isso é incrivelmente reconfortante.

as definições habituais de saudade incluem palavras como melancolia, abatimento, tristeza e por aí. prefiro pensar que saudade é a capacidade de olhar para trás, para tudo aquilo que vivemos de bom e perceber o quão afortunados somos.

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BALADA DE DESPEDIDA DO V ANO JURÍDICO 1989

sentes que um tempo acabou
Primavera de flores adormecida
Qualquer coisa que não volta que voou
Que foi um rio, um ar, na tua vida

E levas em ti guardado
O choro de uma balada
Recordações do passado
O bater da velha Cabra

Capa negra de saudade
No momento da partida
Segredos desta cidade
Levo comigo p’ra vida

Capa negra de saudade
No momento da partida
Segredos desta cidade
Levo comigo p’ra vida

Sabes que o desenho do adeus
É fogo que nos queima devagar
No lento cerrar dos olhos teus
Fica a esperança de um dia aqui voltar

E levas em ti guardado
O choro de uma balada
Recordações do passado
O bater da velha cabra

Capa negra de saudade
No momento da partida
Segredos desta cidade
Levo comigo p’ra vida

Capa negra de saudade
No momento da partida
Segredos desta cidade
Levo comigo p’ra vida

2 comentários:

Anónimo disse...

AS minhas recordações da serenata do Porto não me deixam assim tantas saudades.

Só fui uma única vez.

Era um mar de gente que se acotelava,
eram cabeças bem acima dos meus olhos
que me impediam ver além de um pedacito de céu.
E o som não devia ser grande coisa
quase que não ouvia a serenata.

Mas muitas memórias boas,
de certos acontecimentos,
não dependem tanto
dos acontecimentos em si mesmos
mas mais das pessoas
que nos acompanharam nessas vivências.

Anónimo disse...

então andamos agora numa de nostalgia.... :)
jinhos
F.J