28 abril 2006

non solum, sed etiam

em resposta ao meu post nostalgia, um amigo mandou-me a seguinte citação: saudade não significa que se está longe, mas que se esteve perto. é, amigo, eu até concordo contigo :) mas as coisas nem sempre se vêem desse ângulo tão positivo, pois não?

Sigur Rós

um presente para mim! chama-se TAKK..., é o mais recente álbum de Sigur Rós (lançado em 2005) e é uma delícia em todos os sentidos - o digipack e CD são cheios de pormenores visuais e tactéis lindos e o som é indescritível... como também o são quase todas as sensações e emoções que esta banda me desperta - na maior parte dos momentos, é como se flutuasse numa brisa suave :)

acredito uma parte do efeito venha de não conhecer o idioma, o que me permite ser totalmente imune a letras de canções cujos nomes traduzidos são tão sugestivos quanto i have a nosebleed (með blóðnasir), ou i see a train (sé lest). de qualquer forma, uma parte do encanto não advém do que é cantado :) e mesmo que viesse, há coisas que só soam bem em alguns idiomas :D

27 abril 2006

nostalgia

esta época do ano é sempre meio nostálgica para mim que vivo no meio universitário... mesmo numa cidade sem grande tradição académica, como Lisboa. estão a fazer os preparativos para a Benção das Fitas no relvado da Cidade Universitária. há fitas por todo o lado e muito mais gente trajada do que é habitual. começam as queimas, não tarda nada.

que saudades das serenatas! ia à Serenata da Queima do Porto. há dias, recebi um fado que costuma(va) encerrar a Serenata - chama-se Balada de Despedida do V Ano Jurídico 1989 e é absolutamente lindo. esta manhã recebi fotografias desse tempo, que nunca tinha visto. à parte de comentários como «ih! bem! éramos todos tão novinhos!!!», ficou-me a certeza de olhar para elas e ver que grande parte daquelas pessoas entrou na minha vida nessa época e está para ficar... e isso é incrivelmente reconfortante.

as definições habituais de saudade incluem palavras como melancolia, abatimento, tristeza e por aí. prefiro pensar que saudade é a capacidade de olhar para trás, para tudo aquilo que vivemos de bom e perceber o quão afortunados somos.

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BALADA DE DESPEDIDA DO V ANO JURÍDICO 1989

sentes que um tempo acabou
Primavera de flores adormecida
Qualquer coisa que não volta que voou
Que foi um rio, um ar, na tua vida

E levas em ti guardado
O choro de uma balada
Recordações do passado
O bater da velha Cabra

Capa negra de saudade
No momento da partida
Segredos desta cidade
Levo comigo p’ra vida

Capa negra de saudade
No momento da partida
Segredos desta cidade
Levo comigo p’ra vida

Sabes que o desenho do adeus
É fogo que nos queima devagar
No lento cerrar dos olhos teus
Fica a esperança de um dia aqui voltar

E levas em ti guardado
O choro de uma balada
Recordações do passado
O bater da velha cabra

Capa negra de saudade
No momento da partida
Segredos desta cidade
Levo comigo p’ra vida

Capa negra de saudade
No momento da partida
Segredos desta cidade
Levo comigo p’ra vida

24 abril 2006

sweet sixteen

2 e 26 da manhã. ceia nocturna e televisão. VH1, James, Sit Down. gloriosos anos noventa!

I’ll sing myself to sleep
A song from the darkest hour
Secrets I can’t keep
Inside of the day
Swing from high to deep
Extremes of sweet and sour
Hope that God exists
I hope I pray

Drawn by the undertow
My life is out of control
I believe this wave will bear my weight
So let it flow
Oh sit down
Oh sit down
Oh sit down
Sit down next to me
Sit down, sit down, sit down, sit down, down
In sympathy

Now I’m relieved to hear
That you’ve been to some far out places
It’s hard to carry on
When you feel all alone
Now I’ve swung back down again
It’s worse than it was before
If I hadn’t seen such riches
I could live with being poor
Oh sit down
Oh sit down
Oh sit down
Sit down next to me
Sit down, sit down, sit down, sit down, down
In sympathy

Those who feel the breath of sadness
Sit down next to me
Those who find they’re touched by madness
Sit down next to me
Those who find themselves ridiculous
Sit down next to me
In love, in fear, in hate, in tears
In love, in fear, in hate, in tears
In love, in fear, in hate, in tears
In love, in fear, in hate
Down
Down

Oh sit down
Oh sit down
Oh sit down
Sit down next to me
Sit down, sit down, sit down, sit down, down
In sympathy

Oh sit down
Oh sit down
Oh sit down
Sit down next to me
Sit down, sit down, sit down, sit down, down
In sympathy

Down

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adorava esta música... e agora que olho para a letra, percebo que o que mais gostava era o espírito de montanha russa: sobe, sobe, sobe e depois deeeeeeeeeeeeesce!

revival time :)
isto depois de passar parte do fim de semana com uma garota de 16 anos com questões tão profundas quanto as minhas... de tal forma que dei por mim a pensar se não terei estacionado nessa idade, sem dar conta!
para grandes males, grandes remédios - uma boa dose de UNO (onde perdi estrondosamente), pizza, coca-cola, compras! o que mais podem duas raparigas querer? :D

22 abril 2006

V

V for Vendetta é um filme de James McTeigue, com argumento dos irmãos Wachowski. apesar das opiniões positivas que fui ouvindo, estava reticente em vê-lo. inspiração em banda desenhada...? personagem obscuro que usa máscara o tempo todo? passado no futuro...? santa paciência, pensei eu, deve ser mais uma daquelas mariquices meio sci-fi. mas que se lixe, bute lá ver. (king card, king card!)

não negue à partida uma ciência que desconhece, rezava um anúncio na TV de uma vidente/taróloga/pseudo-bruxa de sub-cave. pois a senhora devia levar um prémio :D

a dez ou quinze minutos depois do início, a minha cabeça já só matraqueava «animal farm! 1984! ». são dois dos livros que mais gostei, lidos por recomendação de um professor do meu primeiro ano de Universidade. cada um à sua maneira, é uma metáfora de regimes totalitários, com todos os seus esquemas para dominar as massas - a censura, a tortura, a mentira, o medo, a repressão, a criação de um inimigo externo que una o povo, as palavras de ordem, o culto do líder, a uniformização dos indivíduos. a passividade das massas...
esta associação de ideias não é de todo descabida :) tal como o 1984, V for Vendetta passa-se em Londres, num período de relativa calma depois de uma época de muita conturbação, no qual um cidadão desafia as regras, porque acha que essa é a forma correcta de proceder (no filme, a Evey, personagem da Natalie Portman).
vi o filme absolutamente pregada à cadeira, deliciada com o desenrolar da história, com a mestria do Hugo Weaving (que faz de V e cuja cara nunca se vê), com a riqueza visual dos ambientes - V vive numa cave onde reúne tesouros artísticos de várias épocas; Gordon tem a sua cave de tesouros também. não vou contar como acaba, porque não sou desmancha... mas posso dizer que gostei mesmo muito!

a não perder.

picles?!

é a loucura!!! uma e tal da manhã, dá-me aquela fomezita. vou à cozinha, como batatas fritas de pacote, bebo água, namoro uma manga, abandono-a. decido fazer um croissant com fiambre... e começa a desgraça. abro a geleira, saco do fiambre e ei-los! no seu frasco bojudo, os picles!
aqui abro um parentesis para explicar que nunca como picles, nem na carne à portuguesa. portanto, imaginem o meu ar, quando dou por mim a comer vorazmente picles de couve-flor, como se não houvesse amanhã...!

21 abril 2006

despertador, esse objecto tão útil!



achei graça à tira, porque eu e o meu despertador temos este tipo de relação atribulada :)

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fonte: Ctrl+Alt+Del, citado pelo Gimli :)

20 abril 2006

Jeux d'amour

coeur, tu es tellement fou
tais-toi, mon coeur perdu
je n'ai plus rien
q'un seule désir
laisser mon rêve
d' amour partir

viens, mon petit bateau
flotte, comme un berceau
je veux seulement oublier
emballe-moi sous les nuages
doucement vient le soleil
bonheur aprés l'orage

d'amour
toujours
les jeux
d'amour

coeur, fait ton chemin
oublie tous les chagrins
l'amour est beau
il est partout
il faut chercher
rêver, sourtout

viens, encore une fois
prends moi dans tes bras
je veux seulement oublier
emballe-moi sous les nuages
doucement vient le soleil
bonheur aprés l'orage

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Rodrigo Leão / Ana Carolina

18 abril 2006

é verde marciano!

ontem perdi a cabeça e fui às compras - e lá estava ele, esplendoroso nos seus quase 6,5cm de plástico verde marciano :) foi a loucura! agarrei-o e não o larguei mais. é meu, muito meu, meu até ao fim. seremos como um só :)
adquiri um dos meu sonhos de consumo do momento: um leitor de mp3 :) desde que fiquei sem discman, a minha vida mudou. ao ritmo da renascença e amigas, não se pode pode dizer que tenha sido sempre para melhor...! e agora, vou virar o sentido desta viagem musical :) incluindo o sector rádio... sim, porque o meu brinquedo-pequenote-mas-completíssimo também tem rádio ;)

recordar é viver!

para quem adora recordar sons de tempos idos na publicidade, televisão, rádio :) descobri hoje duas pérolas de sites, com um monte de canções de genéricos, jingles de rádio e anúncios:

Mãe d'Água

ontem queria ir a Mafra ou à Ericeira. por motivos que não vêm agora ao caso, acabei por aterrar na Mãe d'Água, o depósito de água do Aqueduto das Águas Livres, ali no jardim das Amoreiras. encontrei um espelho de água lindo, com uma cor gloriosa e aquele som inconfundível da água a pingar. conquistei um palmo de terreno ao meu medo de água funda e escura - o depósito tem uma altura respeitável e uma plataforma flutuante, na qual estive alegremente com o meu livro 1: Baía dos Tigres, do Pedro Rosa Mendes. descobri uma vista fabulosa para Lisboa, o rio, a outra margem - talvez só ultrapassada pela visão do mar da palha que se tem do telhado de Santa Engrácia.
Lisboa é uma cidade surpreendente. como boa lisboeta-de-subúrbio que sou, conheço menos do que devia... e sempre que saio à descoberta, encontro novas razões para me apaixonar pela cidade!

o Nickinho :)

sou fã do Nick Cave. gosto mesmo muito do tipo. das letras, dos ritmos, da voz quente. há que tempos não o ouvia. estou a ouvir o meu álbum preferido de entre os preferidos (sim são vários!) - The Lyre of Orpheus. estou a cantar a plenos pulmões... mais para dentro que para fora! :) isto para gáudio das pessoas aqui do escritório, que toleram as minhas cantorias, mas que vivem lindamente sem elas.

15 abril 2006

mantras et alii

há tempos, um amigo mandou-me uns mantras tibetanos. ouço-os com alguma frequência, porque me fazem ficar calma. e cantarolo! seja por sugestão, seja pelo que for, acho que fico sempre muito melhor :) também costumo ouvir cantos de monges eslavos, Ravi Shankar e Pandit Shiv Kumar, sempre que o stress e as preocupações apertam.
hoje não tenho nada disso e estou atormentada por um problema sem solução aparente... e lembrei-me de um outro mantra que costumo repetir para mim, em momentos de crise: o que não me mata, torna-me mais forte, o que não me mata, torna-me mais forte, o que não me mata, torna-me mais forte.

espero um dia destes estar imunizada contra todos os males :) até esse dia chegar, vou cantando o meu hino das crises.

pastel de Belém

hoje comi um pastel de Belém :) estava quentinho e estaladiço... uma DELÍCIA!!!! e comi-o ao sol :) a primavera está finalmente a instalar-se!

o Tigre e a Neve

ontem fui ver o último filme do Roberto Benigni. quanto ao filme, não vou tecer grandes comentários. basta dizer que gostei :) é uma comédia romântica do género meloso, com os impossíveis do costume contornados por força do amor absoluto que o Attilio (Roberto Benigni) nutre pela Vittoria (Nicoletta Braschi).
não sou muito romântica e não subscrevo muitas das parvoíces que se fazem «por amor». mas em todas as mulheres há uma princesa, e a princesa em mim adoraria que alguém tivesse por ela esse tipo de devoção.

10 abril 2006

Rudolph, the reindeer

foi o que um amigo me chamou, depois de lhe ter descrito o estado lastismoso do meu nariz. está uma batata enorme, vermelha, dorida e inchada :) mas gira, ainda assim...! 5 dias de constipação e/ou alergia têm destes resultados!

Oscares!

ela - melhor argumento original; melhor actriz secundária
ele - melhor actor

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ele queria cortar-se a um programa que não lhe apetecia fazer. ela sugeriu que ele se fosse embora. ele disse que não queria indispôr os amigos. ela sugeriu que ele inventasse uma desculpa. ele alegou estar com pouca imaginação. ela propôs inventar a verdadeira desculpa catita :D ele aceitou.

ela - desculpa boas não envolvem parentes, doenças e mortes. e eu não quero fazer de conta que sou a tua mãe a ligar-te! daqui a bocado eu ligo-te. finges que sou a tua amiga y, que me tranquei fora de casa e que a minha colega de casa salvadora só chega daqui a umas horas.
ele - e então?
ela - então que tu és meu amigo e não me vais deixar aos caídos num café de esquina o dia todo. por isso vais de volta à terrinha, para me fazer companhia e dar asilo.
ele - boa! liga-me daqui a uns 10m :)

10m mais tarde, ela telefona, com muita palhaçada à mistura. ele mantém o seu ar composto. chega a dizer «ih! xau, que chato!» com um ar tão convicto que lhe valeu o Oscar :) meia hora depois, já está despachado do programa chato, a caminho de casa!

07 abril 2006

Chiquinho Jota *

Aqui há tempos percebi que estava a envelhecer :) há vários sinais que assinalam o facto: um deles é terem começado a aparecer versões novas de músicas que foram grandes êxitos naquilo que começo a chamar como «o meu tempo»... à cota, mesmo!

um belo dia, estava a ouvir rádio e descobri que um tal Frankie J fez uma versão de More than Words, um original dos Extreme. devo dizer que eu adorava esta música - lembro-me dela nos bailes da escola C+S lá da terrinha; lembro-me de a ouvir tocar incessantemente em todo o lado e de ver o video no Top + ou programa-primo, ao sábado à tarde; lembro-me de a cantarmos nos acampamentos, à volta da fogueira.

a bem da verdade, acho que a versão não desfavoreceu em nada a música. tem um bom ritmo, é um bocadinho soul ou lá o que é, ouve-se muito bem. a sério! mas não deixa de ser estranho pensar que pessoas um bocado mais novas que eu dificilmente saberão que isto é uma versão e não um original... tipo eu e o knocking on heaven's door!!! estive N tempo convencida que aquela música brilhante saíra da cabecinha dos Guns 'n' Roses... e só muito tempo depois descobri o original do Bob Dylan.

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* a tradução do nome do artista é um crédito que não me cabe. foi o JR que me mandou um ficheiro intitulado mdqp (mais do que palavras), by Chiquinho Jota :)

05 abril 2006

e agora, algo completamente diferente

há meses, perdi o cabo e os auscultadores do meu discman - o dito aparelho era muito jeitoso nas minhas viagens de transportes públicos. com a minha preguiça, anarquia habitual e uma pintinha de falta de sorte (porque a assistência técnica da marca mudou de poiso), estou reduzida a ouvir o que os motoristas querem :) e isto dá para tudo!!! entre RDP África, Rádio Renascença, RFM, Cidade FM ou Antena 1 em dias de futebol, tudo se ouve. e, no meu caso, tudo se canta :)

sei desde sempre que tenho uma memória prodigiosa para algumas coisas, sobretudo aquelas inúteis. dificilmente consigo fazer pares coerentes entre pessoas-que-vi-poucas-vezes e nomes, mas sei um monte de letras do Tony Carreira, da Ágata, da Romana, do Clemente, do mítico Zé Malhoa e de muitos outros cantores da chamada música ligeira portuguesa. dou por mim a cantarolá-los baixinho com muita frequência. e pior! desenvolvi o hábito de fazer associações parvas entre acontecimentos corriqueiros e estas músicas.

por exemplo:
- bem, vou-me embora.
- Vais partir, naquela estrada / onde um dia chegaste a sorrir (Clemente)

outra:
a minha colega de trabalho diz-me «Voltei!»
- Voltei, voltei / voltei de lá /ainda ontem estava em França / e agora já estou cá (Dino Meira)

e mais!
- epá... aquele tipo é tão burro!
- Burritooooooo.. ai ai burrito / ai ai burrito / ai ai ai ai (Fernando Correia Marques)

uma grande parte da minha erudição-idiota vem do tempo em que ouvia rádios locais em Braga, via o Big Show SIC ao sábado, na cozinha do meu piso a passar cadernos, ou assistia ao Made in Portugal, ao domingo à hora de almoço. em minha defesa, devo dizer que a televisão da residência onde morava era a preto e branco, só desligava na ficha, precisava de levar um murro bem aplicado para começar a passar imagem e, ainda assim, só apanhava dois canais. em termos de rádio, a maioria das rádios nacionais ditas de jeito não tinham um sinal muito forte, por isso restavam-me pérolas como a rádio voz do neiva :)

e por falar em voz do neiva! alguns leitores devem lembrar-se do episódio mítico de ligarmos para lá, no programa dos discos pedidos, para ver se passavam a Rebeca. acho que foram os nossos 15 segundos de fama, porque o locutor não encontrou a música certa, disse os nossos nomes, pediu desculpas e passou outra porcaria qualquer. Grandes tempos, é o que é! e agora remato com mais uma música parva :) «oh tempo volta para trás / vê que até o próprio sol / volta todas as manhãs...»

Fragilidades

Talvez pudesse o tempo parar
Quando tudo em nós se precipita
Quando a vida nos desgarra os sentidos
E não espera, ai quem dera

Houvesse um canto para se ficar
Longe da guerra feroz que nos domina
Se o amor fosse como um lugar a salvo
Sem medos, sem fragilidade

Tão bom pudesse o tempo parar
E voltar-se a preencher o vazio
É tão duro aprender que na vida
Nada se repete, nada se promete
E é tudo tão fugaz e tão breve

Tão bom pudesse o tempo parar
E encharcar-me de azul e de longe
Acalmar a raiva aflita da vertigem
Sentir o teu braço e poder ficar

E é tudo tão fugaz e tão breve
Como os reflexos da lua no rio
Tudo aquilo que se agarra e já fugiu
É tudo tão fugaz e tão breve

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Mafalda Veiga. Fabulosa! em dueto com o Luís Represas. muito bom :)

Frágil

Põe-me o braço no ombro
Eu preciso de alguém
Dou-me com toda a gente
E não me dou a ninguém
Frágil
Sinto-me frágil

Faz-me um sinal qualquer
Se me vires falar de mais
Eu às vezes embarco
Em conversas banais
Frágil
Eu sinto-me frágil

Frágil
Esta noite estou tão frágil
Frágil
Já nem consigo ser ágil

Está a saber-me mal
Este whisky de malte
Adorava estar in
Mas estou-me a sentir out
Frágil
Eu sinto-me frágil

Acompanha-me a casa
Já não aguento mais
Deposita na cama
Os meus restos mortais
Frágil
Eu sinto-me frágil

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grande, grande, grande Jorge Palma!

04 abril 2006

tradições da páscoa

nalgumas localidades mais pequenas, a Páscoa é época de abrir as portas de casa ao sr. padre, para a benção, e aos vizinhos, para a comezaina - toda a gente enche a mesa da sua casa e salta para a casa do vizinho, em alegre e são convívio pascal.

e penso eu: aqui em Lx somos urbanos demais para essas coisas... e desconfiados demais, também! mas não seria divertido dar um pulinho a casa da vizinha do lado para comer o belo do pastel de bacalhau? :)

parvo/a!!!!

um dos meus adjectivos preferidos é parvo/a, seguido de muitos pontos de exclamação. ser parvo/a, pelos meus padrões não é tarefa fácil: é atributo que só confiro a pessoas inteligentes, espirituosas, com boa ginástica mental. e para minha sorte... estou rodeada de parvos/as :D

pois, palavrinha multi-usos :)

o meu chefe diz «pois» a torto e a direito. os «pois» dele podem querer dizer muita coisa:
«pois, estás praí a engrupir-me e eu a ver»
«pois, temos pena!»
«pois, claro, então não, coração?!»
«pois, eu percebo e sou solidário consigo»
«pois, e se te deixasses de conversas e fosses bulir?»

pois deve ser contagioso :) de há uns tempos para cá digo pois por tudo e por nada, e cada vez descubro mais virtudes nesta palavrinha mágica.
«pois, deves achar que te estou a ouvir a sério»
«pois, vai mas é ver se chove»
«pois, eu queria dizer-te muita coisa, mas tu não queres ouvir»
«pois, o melhor é irmos sair, porque a malta quer é curtir!»

se pois tivesse género, seria feminino. só as mulheres conseguem ser/fazer/dizer muitas coisas ao mesmo tempo!

artes de palco

The show must go on!
The show must go on!
Inside my heart is breaking,
My make-up may be flaking,
But my smile, still, stays on!

My soul is painted like the wings of butterflies,
Fairy tales of yesterday, will grow but never die,
I can fly, my friends!

The show must go on! Yeah!
The show must go on!
I'll face it with a grin!
I'm never giving in!
On with the show!

I'll top the bill!
I'll overkill!
I have to find the will to carry on!
On with the,
On with the show!

The show must go on.