V for Vendetta é um filme de James McTeigue, com argumento dos irmãos Wachowski. apesar das opiniões positivas que fui ouvindo, estava reticente em vê-lo. inspiração em banda desenhada...? personagem obscuro que usa máscara o tempo todo? passado no futuro...? santa paciência, pensei eu, deve ser mais uma daquelas mariquices meio sci-fi. mas que se lixe, bute lá ver. (king card, king card!)
não negue à partida uma ciência que desconhece, rezava um anúncio na TV de uma vidente/taróloga/pseudo-bruxa de sub-cave. pois a senhora devia levar um prémio :D
a dez ou quinze minutos depois do início, a minha cabeça já só matraqueava «animal farm! 1984! ». são dois dos livros que mais gostei, lidos por recomendação de um professor do meu primeiro ano de Universidade. cada um à sua maneira, é uma metáfora de regimes totalitários, com todos os seus esquemas para dominar as massas - a censura, a tortura, a mentira, o medo, a repressão, a criação de um inimigo externo que una o povo, as palavras de ordem, o culto do líder, a uniformização dos indivíduos. a passividade das massas...
esta associação de ideias não é de todo descabida :) tal como o 1984, V for Vendetta passa-se em Londres, num período de relativa calma depois de uma época de muita conturbação, no qual um cidadão desafia as regras, porque acha que essa é a forma correcta de proceder (no filme, a Evey, personagem da Natalie Portman).
vi o filme absolutamente pregada à cadeira, deliciada com o desenrolar da história, com a mestria do Hugo Weaving (que faz de V e cuja cara nunca se vê), com a riqueza visual dos ambientes - V vive numa cave onde reúne tesouros artísticos de várias épocas; Gordon tem a sua cave de tesouros também. não vou contar como acaba, porque não sou desmancha... mas posso dizer que gostei mesmo muito!
a não perder.
Sem comentários:
Enviar um comentário