02 novembro 2007

«De bons conselhos...

... está o Inferno cheio.» Sim, eu sei. E se conselhos fossem bons, não se davam, vendiam-se.
Há coisas que só podemos aprender com a experiência, com aquilo que a minha mãe costuma chamar de «sofrer na pele».
Dou por mim a tentar apoiar e/ou orientar amigos um bocado perdidos na sua vida pessoal e a ouvir que para mim as coisas são mais fáceis, porque a minha vida emocional é tranquila e feliz. Mas até chegar a esta fase da vida dei umas quantas cabeçadas, fiz asneiras do tamanho de elefantes, tive momentos muito bons e momentos que não lembram ao diabo. Provavelmente, por ter a minha conta de histórias manhosas, conheço alguns truques e sei ler alguns sinais - acima de tudo, sei que estar fora de uma situação faz toda a diferença, no que toca ao sentido crítico.
Além disso, desenvolvi um instinto de defesa digno de nota e tendo a estender essa protecção às pessoas de quem gosto, como se as pudesse poupar de determinadas dores. Esqueço-me que usar os sapatos alheios não é para todos e que ser dura nem sempre é o caminho para ajudar quem quer que seja, mesmo que dura seja a verdade, e não eu.

Ainda assim, não me canso de dizer coisas como:
  • enquanto não gostarmos de nós mesmos, não importa quantas pessoas gostam;
  • se uma pessoa não correr um bocadinho atrás de ti, não interessa; atenção, que isto do bocadinho é subjectivo, mas convém que sejam acções dignas de nota;
  • para os homens: ela tem de te fazer sentir que és o maior;
  • para as mulheres: tu és uma princesa, ele não pode ser só sapo!;
  • para ambos: uma pessoa que gosta de nós, gosta de nós mesmo quando nos sentimos mais feios, menos atraentes, quando estamos constipados, quando nos atrasamos, quando não correspondemos às suas expectativas;
  • sobre os erros: errar é humano. Poucos são os erros cometidos com a intenção explícita de magoar a outra parte. A gradação dos erros é subjectiva, também, mas quase tudo pode ser ultrapassado, com esforço de ambas as partes - se houver vontade. O único erro que não se pode cometer é fingir que se perdoou um erro anterior. Neste ponto, não há meias-tintas.
  • as relações são construções: requerem tempo, disponibilidade, afecto, cuidado permanente e tolerância.
  • não vale guardar ressentimentos: tudo o que se guarda tende a transformar-se numa arma de arremesso para utilizar no momento pior possível.
e falar é fácil!

4 comentários:

British Cashew disse...

Enfiei a carapuça. :(

LadyBOO disse...

eu tb...

mas nem era isto que vinha para aqui dizer, mas com esta carapuça me fico.

Ah! o queria dizer era: não te sabia tão versada nestas matérias, ou por outra, claro que sabia, mas sempre gostei da maneira com és dura e vais directa ao ponto e como não nos deixas ter pena de nós próprias...

agora, tipo à cota!

bem hajas, sódona borbe!

tiagugrilu disse...

Tás aqui tás a escrever livrinhos do amor!!!

Calíope disse...

Bolas! Afinal sou mesmo rancorosa e a prova disso está no último ponto! :)
Tens de ser dura sim porque o pior cego é aquele que n quer ver e se tu fazes-me o favor de dizer umas verdades eu n posso fazer mais do q te agradecer.