12 novembro 2007

Vidas virtuais

Tenho ouvido falar do Second Life - hoje fui ver o que era e não saí de lá aos saltos. Hoje também conheci o Travian, um mundo virtual onde se constroem e governam aldeias gaulesas, em tempo real. Há uns anos, conheci uns quantos viciados em jogos online que passavam horas nesse mundo, jogando e conversando com os seus parceiros de equipa ou oponentes, muitos dos quais conhecidos do mundo real.
Aposto que há mais uns poucos universos virtuais que não conheço, mas estes são suficientes como exemplo para chegar ao centro do meu argumento - investir numa vida virtual, para quê? Já ouvi toda a sorte de argumentos a favor: as vidas virtuais são uma forma de superar a timidez e conhecer pessoas; os mundos virtuais permitem viver múltiplas vidas em simultâneo e em níveis que não se podem atingir na vida real; é uma forma eficaz de vencer a solidão e o tédio do dia-a-dia; permite explorar limites e fantasias; é uma forma alternativa de sonhar; Pois sim, até pode ser tudo isso...

A verdade porém é que tudo o que é virtual é uma forma de alheamento da realidade. Num mundo virtual podemos apagar os nossos erros, sem ter de viver com as suas consequências - em última análise, podemos desistir de tudo e começar do zero. Sem responsabilidades, sem cobranças. Por mim, cada vez mais me convenço que o que nos custa mesmo é pegar a vida real pelos cornos - perdoem-me a metáfora tauromáquica.

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