27 novembro 2007

Natal II

Apesar da minha pequena diatribe contra o consumismo da quadra, fiz a minha wishlist. Sim, as mulheres são contraditórias - e já que me vão dar coisas, ao menos que sejam coisas que me façam jeito ;)

para a casa:
Cortinas japonesas (as da área)
tapetes para o quarto, grandes, turquoise ou laranja
lençóis de flanela
azulejos de espelho do IKEA
muitas molduras pequenas, lisas, todas iguais, formato 10x15
copos grandes
posters com as capas do Jorge Barradas para a ABC
papel de parede vintage, para a sala

para mim:
pregadeiras giras
coletes de lã
cachecóis & pashminas
um gorro de malha tipo crochet
camisolas cor-de-laranja
CD dos Donna Maria
bons livros

em delírio:
viagens, para qualquer lado, em regime TI, por muito tempo :)

para as causas com que me preocupo:
este fim-de-semana decorre a recolha de alimentos do Banco Alimentar;
a Comunidade Vida e Paz recebe bens alimentares, roupa e donativos monetários;
vejam a lista de itens necessários este mês no site da Ajuda de Berço;
a Fundação Evangelização e Culturas criou presentes solidários: são kits de bens essenciais para as acções desenvolvidas em países de língua portuguesa.

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reeditado, depois de ler um dos comentários.

Natal I

Chega esta altura do ano e começo a pensar no Natal e nos presentes a comprar. Em bom rigor, toda a gente já tem tudo, para dar e vender, se fosse preciso, mas o espírito da época lá nos arrasta para as lojas :) Ando positivamente sem ideias. Apetece-me saltar a parte consumista do Natal e entreter-me apenas com os almoços, jantares e demais comezainas com a família e os amigos reunidos. E mesmo isso... mesmo isso é uma estafa e um sem número de manobras diplomáticas entre aqueles que podemos e não podemos juntar, aqueles que têm de ser visitados e aqueles a quem podemos visitar mais tarde. No fim, fica a sensação de que fizemos menos do que deveríamos, numa quadra que é de paz, harmonia, amor e não sei o quê mais.

23 novembro 2007

Mas anda tudo parvo ou quê?

Vi ontem este poster no metro. Voltei atrás, para ter a certeza que não o tinha imaginado. Só me ocorre dizer uma coisa:
Santana Lopes, tu é que tens razão! O país está doido!

22 novembro 2007

Donna Maria 3

O segundo CD de uma das minhas bandas preferidas sai no dia 3 de Dezembro. Chama-se «música para ser humano».
O primeiro single, «há amores assim», está disponível aqui.

E falando em perguntas inconvenientes...

... que dizer do célebre «então quando é que tens filhos?» que normalmente vem a seguir ao «quando é que casas?»?
A minha mãe fala em netos e sobrinhos para a minha irmã pequena ter com quem brincar; os amigos estão a tratar da descendência; eu nem penso nisso! Perguntam-me com frequência se não quero ter filhos. Honestamente...? Nem por isso! Não é que não goste de crianças - dou-me lindamente com as crianças dos outros. E é aqui que reside o maior encanto delas: são filhas de outras pessoas, que as levam para casa no fim do dia, deixando-me entregue ao meu tempo e ao meu silêncio.
Se acompanhar a minha irmã pequena teve algum efeito em mim, foi no sentido de me fazer valorizar mais o meu tempo - aquele que não é gasto com mais ninguém senão comigo e que se perde quase totalmente, quando se tem um filho. As crianças precisam de atenção constante. O que têm de encantadoras também têm de pequenos sorvedouros de recursos de todos os géneros. Pode parecer egoísta, e na volta é mesmo... mas prefiro ser uma egoísta com noção das minhas limitações do que aventureira, sobretudo quando o que estará em causa é o bem-estar de uma pessoa que não pediu para nascer.

A febre

Ou é de mim, ou toda a gente decidiu dar o nó. Nos meus diversos grupos de amigos restam cada vez menos solteiros convictos ou pelo menos não apressados :) Não sei se é a passagem ou a proximidade das 3 décadas de vida, se é o passo lógico (tirar o curso, arranjar um emprego, comprar casa e carro, casar e ter filhos), se é uma evolução natural das coisas que me passou ao lado sem que eu desse conta. A verdade é que continuo sem grandes pressas. Se por um lado não me importaria nada de partilhar a casa da Borbie com alguém, por outro também não nego o enormíssimo prazer de lá viver sozinha, com os meus horários, as minhas manias, os meus periquitos e a minha planta.
Longe vão os dias em que a pergunta «então quando é que casas?» me deixava de tão mau-feitio que me apetecia responder «nunca!»; agora já nem me incomodo em fazer um sorriso amarelo e desviar o assunto: a pergunta é arrumada com a maior cara de gozo e um enigmático «ui! isso agora...!» :)

21 novembro 2007

Um dos meus cantores preferidos


Letras mágicas... com aquele toque de Humanidade que falta tantas vezes nas palavras de outros e uma voz de feitiço. Grande Jorge Palma!

pérolas da minha mana

A minha irmãzinha tem saídas deliciosas. Esta pérola saiu-lhe no domingo, enquanto conversávamos no comboio. Disse-me ela:
- Esta é a estação da mana T - referindo-se à estação onde a nossa irmã costumava sair, para o emprego.
- Sim, pois é.
- Ainda faltam muitas estações?
- Faltam duas estações, e depois saímos! A seguir é a estação do jardim zoológico, que é a estação da Paquita (o leão marinho dos shows do zoo), dos leões e das girafas; depois é a estação da mãe (onde a minha mãe sai todos os dias) e depois é a estação do P (referindo-me ao facto de o meu namorado estar à nossa espera nessa estação).
- O pai não tem uma estação?
- Não, porque o pai tem carro e não anda de comboio.
Pequena pausa.
- Eu também não tenho uma estação. Eu tenho um triciclo!

Sonhos parvos

Duas da manhã. Acordei a meio de um sonho estúpido: Príncipe Felipe das Astúrias, a sua Letízia, as miúdas e lontras! Don't ask for details, please...
Acordei de birra, a dizer que não conseguia deixar de sonhar com esta cena feliz e que isso me estava a atrapalhar o sono. Confesso que fiquei sem perceber se era a realeza, se as lontras que mais me incomodavam o descanso!

20 novembro 2007

citação do dia

Temos de fazer da ética da responsabilidade uma marca integrante do espírito de todos os Portugueses, sem a qual esforço, trabalho e riqueza serão desperdiçados.

Aníbal Cavaco Silva, Presidente da República, no discurso do Dia de Portugal

14 novembro 2007

Alphonse Mucha e Toulouse-Lautrec




Obrigada!

No autocarro da Carris

Homem 1 - Epá, no fim-de-semana fui andar de karting! muito fixe, sempre a andar, a pista é muita boa!
Homem 2 - Ih, eu também curto andar de karting, faço umas manobras fixes, sempre a acelerar.
Homem 1 - Podíamos combinar e ir juntos num fim-de-semana! Levamos as mulheres.
Homem 2 - E enquanto elas ficam entretidas a fazer o comer, vamos dar umas curvas.
(pequena pausa)
Homem 1 - Hmmm, a minha vai é querer andar de karting...!
(nova pausa)
Homem 2 - A minha também, que ela gosta de acelerar!
(pausa para pensar)
Homem 1 - Então e se levássemos uns frangos?

12 novembro 2007

Memória

Creio já aqui ter escrito que tenho uma memória prodigiosa para coisas parvas - datas, números de telefone, endereços de correio electrónico, números de localização de viadutos na A1, os reis de Portugal, letras de músicas manhosas, factos avulsos que leio aqui e ali. Há dias em que preferia ser dotada de menos capacidade de armazenamento ou de um programa de gestão de dados mais eficiente, que me permitisse varrer aqueles que entretanto se tornaram desnecessários. Hoje é um desses dias.

Da infidelidade

Ai, o amor - por ele se começaram guerras, por ele se mata e se morre, em seu nome se fazem os derradeiros sacrifícios. O amor que nos move, o amor que nos engana, o amor que nos exalta, o amor que nos desilude, o amor que nos muda. Não há emoção mais forte que o amor e nenhuma tão potencialmente duradoura.

O amor tem limites, mais ou menos elásticos, dependendo dos intervenientes de cada relação - é que se o amor em abstracto é infinito, incondicional e absolutamente altruísta, a verdade é que esta não é uma definição que assente à maioria dos amores humanos, pelo que a imposição de limites ao amor é uma condição sine qua non da sua concretização no dia-a-dia. Os amores humanos são materiais, mais do que espirituais. Precisam de constante atenção e cuidados, precisam de provas, demonstrações e sacrifícios. Amar, abstractamente, sem uma forte componente empírica, não chega!

Falava hoje sobre infidelidade, monogamia e os limites do amor com alguém que, no geral, partilha das minhas opiniões e que hoje, só por pouco não me chamou bota-de-elástico.
Dizia-lhe eu que, no geral, o problemas da maior parte das relações não é falta de amor, é falta de transparência - desde que haja acordo das partes tudo é permitido, menos o engano. Tendencialmente, acreditamos que as relações em que nos envolvemos são monogâmicas - é uma espécie de configuração pré-definida. A menos que se assuma claramente o contrário, é desse pressuposto que o comum mortal parte.

Hipoteticamente, até podemos não ser monogâmicos. Mas precisamos de muito jogo de cintura e muita cabeça fria para saber que o nosso parceiro está com outra pessoa, mesmo que pontualmente, e levar isso na boa. E levar na boa não tem só que ver com segurança pessoal, boa auto-estima, inteligência, possibilidade de fazer o mesmo em circunstâncias favoráveis... Tem sobretudo que ver com a negação de competitividade e de comparação – porque no geral, o que nos irrita e magoa na infidelidade é a ideia de que ela existe porque, de alguma forma, fomos incapazes de preencher todas as lacunas, necessidades e/ou expectativas do parceiro que temos.

Somos parte duma sociedade competitiva e de aparências, onde ter é mais importante do que ser, porque ser alguma coisa é muito complicado e precisa de muito tempo para ser devidamente apreciado. Ter uma pessoa (ter um relacionamento com alguém) é um sinal de algum poder, nem que seja apenas para nós mesmos – precisamos de alguma validação externa, e ter alguém é uma forma de validação. Que esse alguém nos troque por outrem (ainda que momentaneamente), é difícil de gerir, sobretudo quando/se essa troca não é consentida. E mesmo que seja... Em algumas coisas, ainda somos incrivelmente das cavernas – partilhar não é dos nossos fortes. Partilhar parceiros, mesmo que ocasionalmente, sem que existam grandes afectos em jogo em relação à terceira pessoa, ou pelo menos, sem que existam grandes mudanças no horizonte, é ainda assim, um desafio que dizemos ser capazes de levar na boa, mas que quando nos acontece não sabemos levar com igual facilidade. Somos bichos territoriais, mesmo quando não estamos permanentemente a marcar território.

Raras são as pessoas que aceitam MESMO a não-monogamia do seu parceiro, sem ter sentimentos de retribuição, sem amarguras relativamente à terceira parte, sem a clássica dor de corno. E mesmo as que existem, não sei se são supremamente indiferentes, se são supremamente inteligentes, ou se apenas não amam. Amar sem desejos de alguma posse do objecto amado é demasiado idealista para ser verdadeiro – amor sem expectativas de retribuição e de alguma posse só existe em fantasias!

Para a maioria de nós, a infidelidade do parceiro acaba sempre por ser entendida como um reflexo na nossa imperfeição. E mesmo que essa infidelidade não tenha tido como propósito atingir-nos ou magoar-nos, acaba por fazê-lo, porque em última análise nos rouba a ideia de que somos únicos e especiais para aquela pessoa. Por muito ingénua que esta ideia pareça, creio que é a conclusão mais imediata que se retira de um qualquer caso de infidelidade - o que não suportamos, mais do que tudo, é a ideia de perder a unicidade.

Vidas virtuais

Tenho ouvido falar do Second Life - hoje fui ver o que era e não saí de lá aos saltos. Hoje também conheci o Travian, um mundo virtual onde se constroem e governam aldeias gaulesas, em tempo real. Há uns anos, conheci uns quantos viciados em jogos online que passavam horas nesse mundo, jogando e conversando com os seus parceiros de equipa ou oponentes, muitos dos quais conhecidos do mundo real.
Aposto que há mais uns poucos universos virtuais que não conheço, mas estes são suficientes como exemplo para chegar ao centro do meu argumento - investir numa vida virtual, para quê? Já ouvi toda a sorte de argumentos a favor: as vidas virtuais são uma forma de superar a timidez e conhecer pessoas; os mundos virtuais permitem viver múltiplas vidas em simultâneo e em níveis que não se podem atingir na vida real; é uma forma eficaz de vencer a solidão e o tédio do dia-a-dia; permite explorar limites e fantasias; é uma forma alternativa de sonhar; Pois sim, até pode ser tudo isso...

A verdade porém é que tudo o que é virtual é uma forma de alheamento da realidade. Num mundo virtual podemos apagar os nossos erros, sem ter de viver com as suas consequências - em última análise, podemos desistir de tudo e começar do zero. Sem responsabilidades, sem cobranças. Por mim, cada vez mais me convenço que o que nos custa mesmo é pegar a vida real pelos cornos - perdoem-me a metáfora tauromáquica.

Ter

Levamos a maior parte da nossa vida preocupados com o que podemos ter. Acumulamos bens materiais sob as mais variadas desculpas: são prémios de bom comportamento, prémios de consolação, pequenos mimos e estímulos pelos mais variados motivos, coisas adquiridas porque há saldos, promoções, liquidações de stock ou porque um dia podemos vir a precisar. Possuir bens materiais tornou-se uma medida do nosso sucesso individual.
Esquecemos-nos que pertencemos àqueles pequena parte da população mundial que tem casa, trabalho, acesso à internet, comida sempre que quer e uma infinidade de bens que não consegue sequer enumerar exaustivamente. Também nos esquecemos que, de uma forma perversa como só poderia acontecer na nossa sociedade, nunca foi tão fácil resvalar para a pobreza como agora, apesar de tudo.

Se nos faltar o trabalho de um momento para o outro, gastamos, em pouco tempo, aquilo que economizámos; gastamos, em menos tempo ainda, o pouco que conseguirmos pedir a amigos e familiares, porque as redes informais de apoio são hoje mais ténues do que costumavam ser. Podemos beneficiar de subsídios e apoios. Podemos ter sorte e conseguir um novo emprego. Podemos ter uma rede pessoal tão eficiente que nos segura e nos impede de cair em desgraça. Mas na pior das possibilidades e num reino não tão remoto quanto isso, se perdermos o emprego e as economias podemos perder os bens primeiro, a casa, depois, e a dignidade, por último. Isto num espaço de tempo relativamente curto. E assim se vai parar à rua, refúgio último de toda a indigência, onde se perde a dignidade em menos de um ai. Na rua, é-se menos gente aos olhos de quem passa. Na rua, é-se praticamente invisível, mesmo quando se pede esmola entre os carros parados nos semáforos, nas carruagens do metro, nas estações de comboio... Na rua está-se exposto à inclemência dos elementos, mas isso ainda deve ser o de menos - o pior mesmo deve ser a exposição à indiferença dos nossos semelhantes.

Não, não virei a profeta da desgraça. Mas estou cada vez mais atenta. E cada vez menos indiferente. Porque acredito que quem tem, tem o dever de intervir para atenuar as diferenças. As redes sociais de outros tempos (família nuclear e família alargada, comunidade) têm de ser substituídas por novas redes, baseadas na responsabilidade social de cada um e naquilo que se convencionou chamar de consciência.

09 novembro 2007

Meias II

Antes da publicação do post de ontem, escrevi para a Sofia Valente, cujo endereço estava disponível na mensagem. Achei que devia publicar a resposta, também, para reforçar o desafio! Uma vez que o Estrelas é o blog da família, amigos e conhecidos, lanço-vos um repto, à séria: e se nós todos participássemos nesta campanha de solidariedade? Sim, eu sei, alguns de vocês vão pensar que não muda nada, porque um acto isolado de solidariedade vale o que vale. Mas eu sei, por experiência, que um acto isolado de solidariedade é frequentemente o primeiro passo para um envolvimento mais profundo na vida da comunidade em que vivemos. Podemos fazer a diferença, sim! Participem!

«Muito Obrigada pelo contacto para a Campanha - Junta as tuas meias às minhas… e torna os dias e as noites de Lisboa mais quentes!

Sempre acreditámos que JUNTOS podemos tornar Lisboa numa Cidade mais Quente… não só os pés… mas, principalmente, o coração!

Informações sobre as Meias:

- Tamanhos de adulto – que tanto dêem para homem, como para mulher;
- Preferencialmente escuras mas todas as outras são muito bem-vindas e muito agradecidas!

As Meias deverão ser entregues ou enviadas para:
Campanha – Aquecer Lisboa com Meias!
Comunidade Vida e Paz
Rua Domingos Bomtempo, nº 7
1700 – 142 Lisboa

Localizada aqui: http://www.cvidaepaz.org/images/mapas/alvalade-mapa.bmp

Queria pedir a TODAS as pessoas o favor de enviar um mail com o número de pares de Meias entregues ou enviados para a Comunidade Vida e Paz.

E a cada dia de “vida” que passa desta Campanha… mais consciência tenho de que vale a pena tentar fazer a diferença!

Uma pergunta que frequentemente nos tem surgido é se as pessoas podem oferecer outras coisas. Com efeito, aproxima-se uma altura de muito frio que torna mais necessária a angariação de agasalhos e cobertas (mantas, cobertores ou sacos-cama), pelo que também estes itens são para nós preciosos. Também a elaboração das ceias (v. abaixo "A CVPaz num minuto") beneficiará de ofertas de bens alimentares como conservas, compotas, doces, etc., e, muito necessário por ser um reforço nutricional importante, o leite. Um 6-pack de leite, p.e., dá para 30 sem-abrigo - todas as noites a CVPaz distribui cerca de 60l de leite!

A Campanha das Meias insere-se no plano de comunicação da Festa de Natal com os Sem-Abrigo, que se vai realizar a 14, 15 e 16 de Dezembro, na Cantina 1 da Universidade de Lisboa. A Festa de Natal é o evento mais emblemático da Comunidade Vida e Paz (v. abaixo "A CVPaz num minuto"), reunindo 2500 convidados para lhes proporcionar uma refeição quente e mais algum do conforto de que estão privados no resto do ano. É um esforço logístico imenso e como tal, os apoios humanos são tão necessários como os apoios monetários e em géneros. Por isso mesmo, são bem-vindos todos os que se nos quiserem juntar para tornar mais um Natal inesquecível! As inscrições são necessárias e podem ser feitas online até 21 de Novembro em www.cvidaepaz.org

Por tudo… e pelas Meias… Muito Obrigada!

Se necessitar de mais informação - por favor contacte-nos.

Muito Obrigada!

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A CVPaz num minuto:

·A CVPaz é uma organização que apoia os sem-abrigo, com o objectivo de os reinserir como cidadãos participativos na sociedade. É uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) tutelada pelo Patriarcado de Lisboa e com sede em Alvalade. É de inspiração cristã, mas congratula-se com o facto de ter o apoio de imensas entidades e pessoas de diferente fé e diferente fundamentação humanística, que se lhe unem no sentido de prestar serviço à sociedade.

·Distribui comida (27 000 sandes por mês) e roupa pelos sem-abrigo de Lisboa todas as noites do ano, como forma de construir uma relação com estas pessoas, que permita conhecer a sua situação e ajudá-los ou encorajá-los a entrar no programa de recuperação. Este programa é realizado num dos três centros terapêuticos da Comunidade (Quinta da Tomada, Quinta do Espírito Santo e Quinta de Fátima) e passa pela desabituação de substâncias, no caso de dependentes de álcool ou drogas, mas também e sobretudo pela aquisição duma nova atitude perante a vida e competências que aumentem a possibilidade de encontrar um emprego.

·A distribuição de comida e roupa é feita pelas equipas de rua. Cada noite, três equipas (em média, com nove elementos), percorrem três percursos diferentes na cidade de Lisboa. Várias empresas contribuem para o conteúdo das ceias (duas sandes, um bolo, uma peça de fruta e leite), e algumas contribuem também com voluntários. Contamos, p.e., com uma parceria com o El Corte Ingles, que começou com a divulgação do trabalho da CVPaz na comunicação interna da empresa há cerca dum ano e desde então temos 6 a 7 colaboradores do El Corte Ingles nas equipas de rua todas as semanas.

·A Festa de Natal é o evento mais emblemático da CVPaz. Recebe mais de 2500 convidados ao longo de três dias, proporcionando, para além da comida e roupa e higiene, o conforto físico e emocional de que estão usualmente privados. Em 2007, o Natal realiza-se nos dias 14, 15 e 16 de Dezembro, na Cantina 1 da Universidade de Lisboa. As novidades deste ano incluem animação constante, um espaço maior e exclusivo para as crianças, e contamos com a possibilidade dos nossos convidados sem-abrigo tomarem um banho quente!
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08 novembro 2007

Meias


Recebi este e-mail e não consegui ser indiferente ao apelo que ele contém:

«Campanha de Angariação de Meias para os Sem Abrigo de Lisboa

Equipa B – Volta de Quarta-Feira
Comunidade Vida e Paz

Somos uma das muitas Equipas de Rua que colabora com a Comunidade Vida e Paz no apoio aos Sem-Abrigo de Lisboa durante a noite.

E todas as noites ouvimos o mesmo pedido: Têm meias? Têm meias? Têm meias? Pegámos nestes pedidos e decidimos realizar esta Campanha - Junta as tuas meias às minhas… e torna os dias e as noites mais quentes! Objectivo – angariar 5000 pares de meias até à noite de Natal! Para quem estiver interessado em aquecer os dias e as noites – contacte-nos por mail: vsophya@hotmail.com

Muito Obrigada pela ajuda… e pelas meias!»

Vamos colaborar?


05 novembro 2007

Mais uma indianice




Os mais atentos vão reconhecer a música - faz parte da banda sonora do Inside Man. A canção original faz parte da banda sonora de um filme de Bollywood intitulado Dil Se. Eu gosto do ritmo e deste espírito absolutamente Bollywood, em que não há drama que impeça os personagens de dançar animadamente!

Vaya con Dios

Sim, tenho mesmo uma veia para ouvir músicas de mil-nove-e-qualquer-coisa. Adoro esta banda. Sou fã das suas letras. Considero que a Dani Klein tem uma voz magnífica, cheia de alma, cheia de emoção. Dou por mim a dançar tão discretamente quanto possível em todo o lado e a cantarolar, sempre que o Best of da banda começa a tocar no meu leitor de MP3.

02 novembro 2007

«De bons conselhos...

... está o Inferno cheio.» Sim, eu sei. E se conselhos fossem bons, não se davam, vendiam-se.
Há coisas que só podemos aprender com a experiência, com aquilo que a minha mãe costuma chamar de «sofrer na pele».
Dou por mim a tentar apoiar e/ou orientar amigos um bocado perdidos na sua vida pessoal e a ouvir que para mim as coisas são mais fáceis, porque a minha vida emocional é tranquila e feliz. Mas até chegar a esta fase da vida dei umas quantas cabeçadas, fiz asneiras do tamanho de elefantes, tive momentos muito bons e momentos que não lembram ao diabo. Provavelmente, por ter a minha conta de histórias manhosas, conheço alguns truques e sei ler alguns sinais - acima de tudo, sei que estar fora de uma situação faz toda a diferença, no que toca ao sentido crítico.
Além disso, desenvolvi um instinto de defesa digno de nota e tendo a estender essa protecção às pessoas de quem gosto, como se as pudesse poupar de determinadas dores. Esqueço-me que usar os sapatos alheios não é para todos e que ser dura nem sempre é o caminho para ajudar quem quer que seja, mesmo que dura seja a verdade, e não eu.

Ainda assim, não me canso de dizer coisas como:
  • enquanto não gostarmos de nós mesmos, não importa quantas pessoas gostam;
  • se uma pessoa não correr um bocadinho atrás de ti, não interessa; atenção, que isto do bocadinho é subjectivo, mas convém que sejam acções dignas de nota;
  • para os homens: ela tem de te fazer sentir que és o maior;
  • para as mulheres: tu és uma princesa, ele não pode ser só sapo!;
  • para ambos: uma pessoa que gosta de nós, gosta de nós mesmo quando nos sentimos mais feios, menos atraentes, quando estamos constipados, quando nos atrasamos, quando não correspondemos às suas expectativas;
  • sobre os erros: errar é humano. Poucos são os erros cometidos com a intenção explícita de magoar a outra parte. A gradação dos erros é subjectiva, também, mas quase tudo pode ser ultrapassado, com esforço de ambas as partes - se houver vontade. O único erro que não se pode cometer é fingir que se perdoou um erro anterior. Neste ponto, não há meias-tintas.
  • as relações são construções: requerem tempo, disponibilidade, afecto, cuidado permanente e tolerância.
  • não vale guardar ressentimentos: tudo o que se guarda tende a transformar-se numa arma de arremesso para utilizar no momento pior possível.
e falar é fácil!

Cartão de Crédito


Hoje abri a correspondência que veio de casa do meu pai: entre outras coisas, tinha uma proposta de adesão ao Cartão Caixa MTV. Ora, isso por si não tem nada de especial excepto num pequeno detalhe... este é um cartão de crédito cujo target alvo começa nos 15 anos! A proposta vem acompanhada de um folheto que me garante o acesso aos melhores concertos, descontos nos bilhetes de festivais, presença nos eventos MTV onde poderei conhecer as maiores estrelas da música mundial (ai, ai, suspirei eu nesta parte!). Além do folheto, ainda recebi o dito cartão, o código, um contrato de adesão, respectivo envelope RSF e uma cartinha que diz que a Caixa e e a MTV pensaram em mim :D e que continua com as instruções:
  • se tiveres (adoro esta informalidade!) entre 15 e 18 anos, faz A;
  • se tiveres mais de 18 anos, faz B;
  • (e aqui penso eu, e se tiveres quase 30? onde está a opção C?);
e que informa:
  • ao subscreveres este cartão, ganhas um EP dos Expensive Soul!

Piadinhas à parte, há três coisas que me afligem:
  1. que se dê um cartão de crédito a adolescentes. Mas na volta, sou eu que sou bota de elástico!
  2. que o aliciamento à adesão se faça com base em descontos em concertos, ofertas de CDs e coisas que tais;
  3. que o meu banco, onde tenho conta há mais de 10 anos não perceba que eu já não faço parte do target deste produto. Isso quer dizer que a gestão de clientes é fraquinha, não é?
Confesso que olhei uma vez e meia para a proposta: se calhar, era bom ter cartão de crédito, nem que seja para comprar coisas na net, vai não volta. Por outro lado, talvez fosse bom ter um que não me tome por adolescente: vamos combinar, uma coisa é fazer pagamentos com um VISA Gold ou VISA Platinum numa loja, outra é dar um VISA MTV... E sim, provavelmente estou outra vez armada em posh.