Se foi há anos,
Ou dias,
Não sei.
Nem quantas vezes te cheirei
No ar da manhã.
Nem quantas vezes
Te vi
Despertar
Pensando que essa foi a noite
Melhor de se lembrar
Depois da vez em que o silêncio
Nos quis acompanhar
Pelos segredos
Que julgamos contar.
Em que nas mãos, os nossos olhos
Souberam desvendar
Dentro do escuro a alma
Não se pode ocultar.
Foi como foi.
Como se o céu um dia
Se abrisse em dois.
Foi como foi.
Como se a terra
Nos prendesse e soltasse depois.
A lua via
O sol acordar,
Ficava às vezes até tarde
Só para o ver deitar.
E juro um dia
Que o vi alugar
Um quarto de motel na Via Láctea
Com vista para o mar.
Estremeci ao ver que o tecto
Não tinha para ver
Nem uma telha aberta para espreitar.
Eu alucino ou quase, sempre
Que me deixas pernoitar
Nesse motel da Via Láctea
Com vista para o mar.
Como revi o futuro
Já que o futuro sorria.
Quero um futuro por dia
Já que o passado nos deixa
Vários futuros na vida.
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o meu centésimo post tinha de ter uma letra de música :)
estava a trautear esta canção do Luís Represas há bocadinho. traz-me muito boas memórias - ouvir isto a torto e a direito nos meus anos de residência; alguns dos concertos mais aguardados da minha vida; horas de estudo, momentos de evolução, amizades que ficam, relações que terminam, mudanças, fins de ciclo. percebi que não vale a pena andar zangada com o correr da vida. tudo acontece por um motivo, nem que seja para nos educar.
2 comentários:
Este poema é um original teu? É que sendo assim, o "post fácil" já não é tão fácil;)
ai ai ai
o boi-cot está a ganhar identidade própria!
parece que veio para ficar!
tenham medo! tenham muuuuiiito medo!
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