10 janeiro 2006

Eterna Saudade...


Faz hoje um ano que morreu o meu coelho e não podia deixar de o recordar. O Tchuíííí foi o bichinho que viveu mais anos lá em casa e, talvez por isso, a sua perda foi mais sentida e mais dolorosa. Lutámos juntos contra a doença que acabou por vitimá-lo... porque eu acreditava piamente que ele ia salvar-se. Só percebi/aceitei que ele não se ia salvar algumas horas antes de ele morrer, e foi no meu colo que ele acabou por morrer.

O meu coelho era o bebé da família! Dele recordo, sobretudo, as cenas divertidas: ele em pé sobre as patas traseiras, a pedir bolachas; ele a comer salsa como se não houvesse amanhã; ele a correr de um lado para o outro no dia em que viu uma caracoleta cá em casa e percebeu que não era o único animal à face da terra; ele a dormitar ao pé do aquecedor, no meu quarto, nas minhas longas noites de estudo; ele a escolher as únicas fotocópias que não eram minhas para roer :D

É sempre difícil lidar com a perda, seja do que ou de quem for. Somos criaturas de afectos, e perder é uma daquelas sensações para as quais nunca estamos preparados, por muito tempo que tenhamos, por muito racionais que sejamos, por muito que as hipóteses estejam contra nós. Perder dói, porque apostámos muito naquilo que perdemos; perder dói porque, na perda, há sempre qualquer coisa de definitivo e de irrevogável... e aceitar que há coisas que não podemos mesmo mudar é extremamente penoso.

1 comentário:

Anónimo disse...

Ó mana!
eu ainda pensei no assunto e achei que mais ninguem se tinha lembrado!

mesmo quando já não houver mais nenhum pedaço de alcatifa, rodapé ou porta roído lá por casa ele vai continuar a ser o nosso bebé

tenho a certeza que ele foi um coelhinho muito feliz!