31 maio 2007

Sem PC e sem trotinete

O meu portátil foi desterrado para Viseu. Entreguei-o há duas semanas para ir para o apoio técnico da marca. Ainda não tenho computador de substituição. Também não tenho o disco onde foram guardados os dados do meu PC.
Vou trabalhando o possível, no PC que estiver disponível. Num dos dias desta semana, li em horário de expediente, por falta de meios para trabalhar. Todos os dias, escrevo e-mails a pedir desculpas às pessoas que dependem do meu trabalho para realizar o seu. Algumas delas não acreditam que eu ainda esteja a olhar para o ar, outras fazem piadas com esta situação. Uma delas, a quem disse que, nesta altura era capaz de trabalhar numa trotinete, mandou-me um e-mail muito engraçado, fazendo votos que a situação actual não se prolongasse. A mensagem continha ainda a imagem que se segue e oferecia os préstimos da autora para trocar este modelito por outro, caso eu não gostasse da cor. Valha-nos o sentido de humor!

jukebox

Duas semanas com os mesmo álbuns no leitor de MP3... AAAAI! Como fiquei sem portátil por uns tempos, não tenho acesso à minha jukebox. Portanto, estou exultante com as novidades do dia: além do Salif Keita, a versão integral do concerto 1, 2, 3 Soleils (Rachid Taha, Khaled e Faudel em Bercy) e um álbum de Ali Farka Touré. IUPI!
E a propósito da questão do portátil, lanço para o ar a pergunta do momento: quem teve a ideia peregrina de enfiar a assistência técnica da ASUS em Viseu?

Anos de curiosidade recompensados!

Há anos que queria ouvir Salif Keita. Curiosa por natureza, fiquei com o bichinho a partir da letra de uma canção de que gosto muito. E agora que comecei a ouvir o primeiro de dois álbuns do senhor que me aterraram ontem na secretária... estou encantada! Dá para dançar, sim. Agitar o corpo ao ritmo desta música feiticeira, cheia de ritmos de África. A não perder.

28 maio 2007

Borbie muda de casa

Peripécias, reclamações, compras, listas, contratos, mudanças, arrumações, limpezas, montagem de móveis, troca de vidros. Aprendizagens. Experiências. Borbie mudou para a sua casa nova!

Continua, continua!

E se eu não puser cobro a isto, arrisco-me a cruzar com a senhora queixosa no corredor e receber mais uma reclamação no livro amarelo só por isso. Sim, estamos a falar da mesma. Sim, eu até estava de férias à data da terceira reclamação. Pois, já são 3. Seguidas! Que querem que vos diga? A filhinha do papá é doida varrida! E logo tinha de querer ser minha fã! Agora vamos ver como é que lhe respondem...

23 maio 2007

Borbie lavadeira

Lava, esfrega, aspira, encera.
Forra armários. Planeia mudanças.
Decora. Arruma. Compra.
Prescinde do cartão do cinema.
Não passa sem o cartão da FNAC.
Aderiu ao cartão Continente
E ao do Mini-Preço também.
Ecos de uma vida diferente.

21 maio 2007

A novela ameaça continuar

Aumenta o suspense quanto ao desfecho do caso da queixa. Afinal de contas, a senhora queixosa é filha de alguém tido como importante. Alguém aparentemente com poder de influência. Alguém com um cargo sonante. Começou o jogo dos paninhos quentes. Aguardam-se desenvolvimentos.

Crónicas do apartamento VI

Limpezas: tenho um aspirador lá por casa e ele deve estar nas suas sete quintas, com tanta atenção por parte da sua nova dona. Alguns baldes de água depois, o chão já tem uma cara ligeiramente diferente. Continuo com problemas com a cera - diz quem percebe do assunto que o meu chão, não tratado durante milénios, está a beber toda a cera líquida que lhe ponho. Resta-me equacionar a hipótese de encerar à antiga, com aquela cera que parece graxa.
Mudanças: levei as loiças, as roupas de casa e os pequenos electrodomésticos lá para casa. Ocupam uma parte da sala, que será a última divisão a ser arrumada. Até ao final desta semana, preciso de ter os móveis lá em casa.
Saldos: tenho artesanato africano, tapetes, flutes, copos de licor, pratos para aperitivos e uma bomboneira! Há algumas baixas a registar, também: parte da minha loiça de estimação foi vítima de uma queda fatal nas escadas do prédio. Conheci os vizinhos da cave direita dessa forma.
To do list: Alterar os contratos de fornecimento de água e luz. Tratar a madeira do roupeiro. Trocar os vidros. Comprar estendais para a marquise. Pintar a sala. Continuar a trabalhar no chão.
Compras: tendo em conta as recentes ofertas, os próximos objectos de desejo são lençóis, cortinas, um móvel para a casa de banho e candeeiros.
Perspectivas: mudo-me até ao fim do mês!

17 maio 2007

Só a mim!

Na semana passada, entra uma aluna pela minha sala adentro, querendo ajuda para um trabalho de grupo - sem cumprimentos, com uma informalidade excessiva que a levava a tratar-me por «pá», sem colega de grupo, sem guião do trabalho, sem perguntas concretas e dizendo muitas parvoíces à mistura. Marquei-lhe uma entrevista comigo, para esta semana. Dei-lhe o meu endereço de correio electrónico para que me mandasse pedidos concretos. Expliquei-lhe que não nos conhecíamos de lado nenhum, pelo que «pá» era uma forma de tratamento desadequada. A partir daí, foi um festival - disse-me todo o género de parvoíces, questionou o meu horário de trabalho e a minha competência profissional, ameaçou com a visita do docente da cadeira e da colega de grupo e terminou ameaçando-me com o livro de reclamações. Reclamou, de facto. Contou uma versão diferente dos factos. Fez-se passar por vítima das minha manias.
Dias depois, escreveu-me, mandando-me o dito plano do trabalho e confirmando a reunião. Decidi que a receberia, apenas para lhe dizer que não colaboraria com ela, dadas as circunstâncias. Recebi. Informei-a da minha decisão. Fez nova peixeirada, com insultos e outras parvoíces à mistura. E fez nova queixa no livro de reclamações: desta vez, queixa-se do meu «abuso de poder», porque me recuso a colaborar com ela. Refere-se ao Presidente do Conselho Directivo como se se referisse ao jardineiro e termina, escrevendo que isto assim não pode continuar.
Pois, de facto não pode. Nisso concordamos :D O meu profissionalismo não pode continuar a ser questionado desta forma por uma garota mal-educada, sem sentido do que é apropriado e que passa impune, sem que ninguém a coloque no lugar. Para grande pena minha, não posso ser eu a fazê-lo, porque qualquer acto meu seria tomado como um acto hostil contra a criatura. Que seria, de facto! Do que posso avaliar, esta fulana pertence à sub-espécie «só à paulada é que aprendes...». E não me importava nada de lhe dar uma pauladita bem dada.
No meio de tudo, choca-me que a instituição para a qual trabalho, avaliando o que conhece de mim e do meu trabalho, não tenha cerrado fileiras em meu redor. Não esperava que fossem autistas e até admito que ouvissem a senhora. Daí a tentarem pressionar-me para colaborar com ela, tendo em conta a situação, parece-me de uma sabujice indecorosa. Faz lembrar os tempos do antigamente, no que eles tinham de pior. Fui muito clara na minha recusa em colaborar. Faço parte de um novo modelo de funcionário público: não tiro fotocópias de borla, não levo canetas para casa, não meto baixa porque me apetece nem desapareço depois de picar o ponto. Mas também não tenho medo de gente sem razão, que usa o direito à reclamação que assiste a todos os cidadãos como arma de arremesso para vingancinhas de meia tigela.

16 maio 2007

Relendo...


... um dos melhores livros que já li. Li este livro pela primeira vez em 1998 ou 1999. Foi-me recomendado por um amigo canadiano, que nesse ano vivia na mesma Residência Universitária que eu. É um livro de afectos reprimidos. É o único romance desta autora indiana. Foi o meu primeiro contacto com a literatura indiana e, escusado será dizer, foi marcante.
Curiosamente, ou nem tanto, tenho ouvido frequentemente a banda sonora do Monsoon Wedding ao mesmo tempo que leio. Índia musical e Índia literária. Uma grande banda sonora, por sinal. De um filme fantástico, como não podia deixar de ser.

14 maio 2007

Crónicas do apartamento V

Casa nova, tarefas novas. Descobrir como funciona o esquentador. Colocar o assento da sanita e um chuveiro. Montar o toalheiro. Lavar o chão de escova em punho. Encerar. Tarefas velhas também: esfregar, aspirar, varrer. Mesmo contando com ajuda, tenho trabalhado imenso! E, mais do que isso, redescobri alguns músculos com os quais não tinha grande convívio. Concluí que preciso urgentemente de um livro de anatomia: acho que, já que nos vamos relacionar mais intimamente, devemos tratar-nos todos pelo primeiro nome :D

Crónicas do apartamento IV

No sábado, comprei um toalheiro de pé. Ontem montei-o, antes do episódio da porta. Desempacotei o dito, olhei para o diagrama, olhei para as peças, e toca a montar. É indescritível, a sensação de «Objectivo atingido!» que experimentei ao colocar o toalheiro no seu devido lugar, com um par de toalhas cor de laranja.

Crónicas do apartamento III

Sábado à tarde: abertura da época das limpezas no apartamento! Munida da minha artilharia, incluindo o aspirador que trouxe de casa do meu pai, devidamente equipada com a roupa das limpezas, lá fui eu limpar.
Por onde começo, por onde começo? Pelo quarto de banho! Primeira medida: preciso de um novo assento para a sanita. E como é que se escolhe tal artefacto? Depois de alguns conselhos telefónicos, lá vou eu para o AKI. Com o assento antigo dentro de um saco plástico!
A parte boa de se ser mulher é ser alvo do ancestral instinto de cavaleiro andante dos homens. Uma mulher sozinha no AKI não precisa de esforço nenhum para ter um bando de ajudantes prestáveis :) Bastou-me pedir uma fita métrica! Quando dei por mim, tinha três funcionários da loja e mais um cliente palpiteiro, que mediam o assento que eu tinha trazido e discutiam o modelo mais adequado para o substituir.
Resolvido este assunto, passei para os seguintes: escolher uma cortina e um tapete para a banheira; comprar um piaçaba; procurar acessórios para a casa de banho. Segundo momento de «ai que fixe é a casa do meu pai!»: a conta!

Crónicas do apartamento II

Qual é o melhor programa de festas numa sexta-feira à noite? Ir ao Continente com o namorado!

Lista de compras:
  • Vassoura
  • Pá e vassoura pequena
  • Balde com espremedor
  • Esfregona
  • Ecoponto
  • Detergentes variados
  • Luvas
  • Panos
  • Cera

Nisto ficaram quase 50 euros! Dei por mim a pensar que mudar de casa dá muito trabalho, muita despesa, muita chatice. E nem a possibilidade de fazer exercício de graça me entusiasma :)

Crónicas do apartamento I

A parte boa do que me aconteceu ontem é ter comprovado, em primeira mão, que a polícia e os bombeiros são mesmo um dos pilares da nossa sociedade :) A parte má foi ter precisado de ficar trancada dentro de casa para perceber isso.
Ontem foi mais um dos dias de limpeza no meu apartamento. Roupa das limpezas, aspirador em punho, leitor de MP3 e lá estava eu pronta para mais uma etapa. Não contei com as correntes de ar, nem com o puxador da porta partido. Para quem não sabe, o sistema de fecho de uma porta é constituído por duas maçanetas ou puxadores, ligados entre si por uma barrinha. Esta barrinha fica presa a uma das maçanetas. A isto acresce, em alguns casos, uma fechadura e uma chave.
Quando a porta se fecha e eu fico com o lado pequenino do puxador na mão, pânico! Não tinha telemóvel, ainda por cima. Lá fui eu para a janela, gritar «socorro! socorro!». Ao fim de algum tempo, em que nem sequer tinha a certeza de ter sido levada a sério pelas várias pessoas que assistiam ao meu drama enquanto esperavam pelo autocarro, aparecem os Polícias. Dois agentes novinhos, com algum ar de gozo, a querer saber como é tinha conseguido a proeza de me trancar no quarto. Lá chamaram os Bombeiros. Novo momento de explicação, gritada à janela, desta feita para os soldados da paz.
Tinha a porta da rua trancada por dentro; o que me salvou foi o mesmo que causou o problema: ter a janela da marquise da cozinha aberta, por onde entraram os Bombeiros, descendo pela marquise do apartamento por cima do meu. Depois de salva, andei aos pulinhos atrás de Bombeiros e Polícias, a quem entretanto tinha aberto a porta, repetindo incessantemente «obrigada! obrigada!». Revendo a minha figurinha, não posso deixar de rir. No meio de tudo isto, nem sequer tive de pagar nada aos Bombeiros, porque fui considerada... VÍTIMA!