o episódio que vi agora tratava o assunto das relações falhadas por dificuldade de assumir compromissos. a Samantha perdeu o Richard por precipitação, ao saltar para um snack carnal depois de perceber que ele não estava numa de assumir mais a sério a relação dos dois, a qual tinha tomado entretanto, dimensões afectivas que ela não esperava desenvolver.
e a Carrie perdeu o Aidan, depois de ter aceitado o pedido de casamento dele, sem conseguir ir avante com o assunto. o episódio termina com uma cena que eu achei profundamente comovente, apesar de agora soar meio piegas: o Aidan decide ir dormir para o apartamento ao lado do da Carrie, que ele estava a reformar para viverem juntos. e a meio da noite, ela foi ter com ele, deitou-se, encostou-se e ficou... sem palavras, porque às vezes diz-se mais em silêncio. no dia seguinte, ele mudou-se... e se a minha memória não falha, é assim que termina a relação destes dois. sim, eu já vi episódios mais à frente, porque isto vai dando em vários canais ao mesmo tempo :)
onde é que eu quero chegar? a uma daquelas verdades de la Palisse: muitas pessoas maduras, inteligentes e independentes acima da média, têm uma terrível incapacidade de perder um pouquinho do têm como adquirido - a.k.a. espaço, liberdade, autonomia, independência - em troca de uma vida mais incerta e, acima de tudo, diferente, a dois. paradoxalmente ou nem tanto, lá no fundo, estas mesmíssimas pessoas querem ser amadas e querem dividir: pertencer sem ter dono, partilhar sem fiscalização posterior, estar solto, mas profundamente amarrado.
somos cada vez mais individualistas - há tempos, em conversa com um amigo, ouvi-o arguir que as relações são actualmente menos duradouras porque as mulheres começaram a ter outra vida para além das quatro paredes de uma casa e do horizonte reduzido de uma família para gerir. isto, sem desprimor para quem opte por este estilo de vida... a crescente independência das mulheres alterou a relação de paridade tradicional de um casamento ou de uma relação, onde os papéis de cada actor estavam definidos até a este grito do Ipiranga feminino :)
honestamente, não sei se a questão passa só por aí. é verdade que as mulheres querem mais e melhor agora, e têm uma facilidade nunca antes vista para sair de relações insatisfatórias. na minha opinião, porém, a questão não é de géneros, nem tem que ver com papéis: é antes, uma espécie de programação com erro. tanto estamos talhados para o sucesso, que facilmente fechamos a porta quando as nossas expectativas não são 100% satisfeitas... e esquecemos que as relações são compostas de indivíduos cujas vontades nem sempre são coincidentes.
soluções à vista? eu não tenho verdades absolutas, e ainda estou a estudar hipóteses :)
- assumir é uma boa alternativa - assumir, no sentido de fazer uma escolha consciente de uma determidada postura, definitiva enquanto durar, e viver com isso, o mais na boa possível.
- apostar na dúvida razoável: em caso de dúvida, para um lado ou outro, não fazer nada que seja demasiado complicado ou penoso desfazer. atenção, que dúvida razoável é uma coisa, e arrastanço são outros 500!
- ser paciente: cada pessoa tem o seu ritmo e, às vezes, não o conhece como julgava, ou acha que lhe pode dar um empurrãozinho... esqueçam lá isso, provavelmente não resulta.
- e, para os românticos... acredito que há pessoas capazes de aturar até os mais difíceis, com todas as suas peculiariedades - e há vários métodos de busca e selecção à disposição... mais uma corrida, mais uma viagem :D
4 comentários:
nada como um organigrama mental para estabelecer orientações ou estragar tudo lol
parabéns!
bjs,
FJ
e para os românticos???
que raio de conversa é essa!
ou gostam de ti como és ou não gostam...
e se não gostam é porque também não merecem e blá blá blá!
cá capacidade para aturar peculiaridades!!
tem dias...
Ladyboo, os românticos são os outros, não sou eu! a quarta opção não indica que alguém tem de mudar em favor de outra pessoa. é uma opção para não desanimar os românticos, porque há pessoas e gostos para tudo... e mais cedo ou mais tarde, quase toda a gente encontra a sua metade da laranja :)
e enquanto isso não acontece sempre podemos ir contando com o meio limão, misturado com muuuito açúcar e muuuita cachaça!
ahahah!
VENHA A CAIPIRINHA!
que nas dores de cabeça pensamos depois!
Enviar um comentário