28 março 2007

my girl :)

Ela está de volta, com um grande CD! E como diz uma amiga minha, a nossa menina cresceu...! Está mais ousada e mais sensual. Mas é a Joss no seu melhor, com toda a garra a que já nos habituou.

Gosto particularmente de Tell Me What We're Gonna Do Now: uma versão desse amor alegre que nos cola um sorriso ENORME no rosto o dia todo, todos os dias. Fantástica!

26 março 2007

Fauna Urbana

Não é só nos transportes públicos que se encontram as raridades da fauna urbana. Verdadeiras manadas pastam diariamente pelos corredores de alguns centros comerciais da cidade. Tenho visitado o Colombo com uma frequência inédita até há alguns meses. As minhas visitas dão verdadeiros estudos sociológicos sobre tribos urbanas, sobre estilos e tendências que não lembram a ninguém senão aos portadores dos ditos, sobre linguajares, sobre verdadeiras assembleias informais dos muito feios, muito estranhos, muito manhosos ou uma combinação livre das categorias acima. Vê-se de tudo!

É o país que temos?

Um programa de televisão propôs-se eleger, por via de votação pública, o maior português de todos os tempos. Pessoalmente, considero a ideia imbecil, ponto final. Mãe até pode só haver uma, mas portugueses já são uns milhõezitos ao longo da História, e escolher só um é um bocado... parvo!
Para grande surpresa de uns e outros, o mais votado de todos foi o Prof. António de Oliveira Salazar. Tendo em conta que:
  1. logo na lista dos 100 mais votados apareceu uma quantidade impressionante de candidatos improváveis;
  2. a história não é um forte da maior parte das pessoas;
  3. nos curricula académicos, a parte relativa ao Estado Novo passa quase em brancas nuvens;
  4. a memória política não é o forte da maioria das pessoas que vota neste género de programa;
  5. ainda há muito boa gente que pensa que «no tempo do Salazar é que era...!»,
estes resultados não chocam assim tanto. Por outro lado, é voz comum que as figuras autoritárias marcam, para o bem e para o mal. E no nosso país....

O nosso país «engole» alegremente tudo e mais alguma coisa. A pérola do momento é outro programa de televisão, intitulado «A Bela e o Mestre», no qual umas quantas candidatas supostamente bonitas mas não muito escolarizadas e/ou cultas são emparelhadas com senhores muito escolarizados mais feiotes e com poucas aptidões sociais. O objectivo desta maravilha televisiva é formar pares sólidos ou equilibrados, sujeitos a votação pública. Obviamente, há um prémio em dinheiro. Resta acrescentar que toda esta gente vive num casarão onde são filmados e seguidos diariamente. No fim de contas, é o Big Brother das burrinhas e dos espertinhos, com direito a emissões semanais longas e em directo, nas quais os pares prestam provas da sua cada vez maior (?) aprendizagem mútua.

Palavras para quê?

50 anos!

Para Cláudio Carneiro e Hiromi Noguchi.
Ontem celebraram-se os 50 anos do Tratado de Roma, que instituiu a Comunidade Económica Europeia e a Comunidade Europeia da Energia Atómica. Como europeísta convicta e estudiosa das questões europeias, o dia de ontem não me passou despercebido de todo... a começar na insistência da comunicação social em dizer que a União Europeia celebrava o seu quinquagésimo aniversário.

Não querendo ser chata, mas sendo, a União só nasceu em 1993, com a entrada em vigor do Tratado de Maastricht. Antes dessa data, existiam as Comunidades Europeias: a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço), a EURATOM (Comunidade Europeia da Energia Atómica) e a CEE (Comunidade Económica Europeia), entidades supra-nacionais, para as quais os Estados-membros transferiram alguns poderes soberanos de forma a organizar sectores chave da economia: a indústria do carvão e do aço, a energia, os transportes, a agricultura, a concorrência.

O primeiro grande feito destas organizações foi estabelecer uma União Aduaneira entre os seis membros fundadores (República Federal da Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo), abolindo taxas alfandegárias e restrições quantitativas às exportações entre eles, melhorando os fluxos do comércio interno. O segundo, atingido por fases, foi o estabelecimento do Mercado Único Europeu e das 4 liberdades de circulação dentro das Comunidades: livre circulação de bens, pessoas, serviços e capitais.

Através de alargamentos sucessivos, as Comunidades atingiram os 9 (Dinamarca, Irlanda e Reino Unido), depois os 10 (Grécia), depois dos 12 (Portugal e Espanha) Estados membros. Em 1993, entrou em vigor o Tratado da União Europeia (Maastricht) que incluía novas áreas de actuação para a organização: política externa, segurança comum, assuntos internos. Em 1995, dá-se o quarto alargamento, com a entrada da Áustria, da Finlândia e da Suécia.
O grande momento de viragem para muitos cidadãos da UE foi a entrada em circulação da moeda única, em 2000. O euro, a circular actualmente em 12 Estados, tornou-se em pouco tempo na segunda moeda de reserva internacional e facilitou ainda mais as trocas comerciais entre os Estados.

Em 2004 dá-se o maior alargamento até agora: 10 Estados! Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta, Polónia e República Checa juntam-se ao clube europeu. Entretanto, desde 2000/2001 que decorrem os trabalhos de criação de uma «Constituição para a Europa», com a participação dos 15 e dos 13 estados candidatos. O texto ainda não entrou em vigor, nem se sabe se entrará. Antes disso, terá de ser ratificado por todos os Estados-membros, com ou sem a realização prévia de um referendo sobre o tema. Dois dos referendos que já tiveram lugar foram desfavoráveis ao projecto, não propriamente pelo seu conteúdo, mas porque a maioria dos eleitores confundiu questões de política interna com questões europeias... Para muitos, a Constituição na sua actual forma está morta, ou pelo menos comatosa, devendo ser substituída por um tratado menos ambicioso até 2009. 2007 amanheceu com o último alargamento: entraram a Bulgária e a Roménia. Há mais três candidatos de momento - Croácia, Antiga República joguslava da Macedónia e Turquia.

Uma das grandes questões do momento para a União é o aprofundamento da integração, tendo em conta que há determinados poderes soberanos, como o poder fiscal, dos quais os Estados estão muito renitentes em abrir mão. Há ainda a questão da constitucionalização ou não da União: não se trata de facto de criar um «super Estado» ou os «Estados Unidos da Europa», mas trata-se acima de tudo de reunir num texto único as contribuições de mais de 50 anos de legislação e jurisprudência comuns, num texto acessível ao cidadão comum.

Há 50 anos atrás, numa época em que a insegurança internacional era um dos temas quentes, as Comunidades conseguiram dar uma resposta cabal ao problema, mostrando que a cooperação e a entre-ajuda entre Estados com vista a atingir um objectivo comum, seja ele o do desenvolvimento económico ou outro qualquer é a melhor forma de prevenir conflitos, contribuindo ao mesmo tempo para a melhoria das condições de vida de milhões de cidadãos.
As Comunidades e a União e os seus Estados-membros são o maior doador de ajuda humanitária e de ajuda ao desenvolvimento do mundo. Os desafios para o futuro passam essencialmente por melhorar a ligação entre as instituições e os cidadãos, no plano interno e, no plano externo, aumentar a representatividade e a capacidade de pressão da União enquanto actor de peso da sociedade internacional, nomeadamente nos domínios do ambiente, comércio, segurança global e protecção dos direitos humanos.

20 março 2007

O mal do século

Diz um amigo meu que o mal emocional do século é não sabermos o que queremos. Andamos para a frente, andamos para trás e não saímos do mesmo, sempre enredados nos «e ses», nos «mas...» e nos «talvez». Pensamos demais e vivemos a menos. Temos medo de arriscar nas horas cruciais. E quando vemos que perdemos aquela pessoa lamentamo-nos como se não soubéssemos que aquilo teria de acontecer, mais cedo ou mais tarde.
Na natureza, nada se perde, nada se cria, tudo se transforma - é a Lei da Conservação da Massa, ou Lei de Lavoisier, uma das poucas recordações que tenho da minha professora de Fisico-Química. Aprendemos sempre com cada amor, assim como aprendemos sempre com cada desamor. Os afectos regeneram-se e reciclam-se. Parece uma explicação um bocadinho utilitarista, mas não é. Se os seres humanos são criaturas de afectos, como eu creio, arranjam sempre forma de gostar de alguém. Se não for de fulano, será de sicrano ou de beltrano. E isto sem ordem de preferências: sicrano ou beltrano não são escolhas de recurso, são somente pessoas que apareceram em momentos diferentes da curva de aprendizagem de cada um de nós. E são, muito possivelmente, pessoas que valorizaremos mais, por tudo o que aprendemos até então.

16 março 2007

Haja paciência!!!

Senhores de extrema-direita. Senhores de extrema-esquerda. Uns ignorantes, outros inflamados. Potencialmente violentos. Gente desocupada. Cambada de arruaceiros. Insuportáveis. Andam por aí, trocando insultos, sujando paredes, armando carnavais, dando trabalho a quem tem mais do que fazer além de aturá-los. Alguém lhes dá umas bordoadas?

alguém disse...

"Por muita importância que lhes tenhamos dado durante um determinado período das nossas vidas, os ex têm todas as condições para se tornar literalmente invisíveis. Dá vontade de rir, não dá?"

13 março 2007

E se, e se...?

Cojones. Real par de tomates. É o que falta a muito boa gente. Honestamente, não há paciência! Se não se agiu na hora certa, por falta dos ditos, para que servem agora as lamúrias?

Mulheres

Não sou particularmente feminista. Acredito que homens e mulheres são física e emocionalmente diferentes. Não creio que as mulheres tenham de desempenhar todas as tarefas que estão tradicionalmente associadas aos homens, só para justificar a igualdade de tratamento. Mulheres-trolha? Mulheres-canalizadoras? Se elas quiserem sê-lo, sim. Senão, para quê?

A tão propalada Igualdade tem de estar intimamente ligada a outro conceito: JUSTIÇA. Para trabalho igual, tratamento equivalente. As mesmas oportunidades de promoção e os mesmos índices salariais. Igualdade na partilha de responsabilidades. Direito à escolha. Direito a dispôr de si. Não discriminação. Temas particularmente pertinentes no Ano Europeu da Igualdade de Oportunidade para Todos. Temas ainda mais relevantes, se pensarmos que 1 em cada 3 mulheres no Mundo é vítima de uma qualquer forma de violência física ou emocional.

No geral, creio que se espera mais das mulheres do que dos homens. No mundo do trabalho, temos de ser melhor do que eles, se nos quisermos afirmar. Nas relações, ainda se espera que cedamos mais, que demos mais, que nos empenhemos mais. Devemos ser as trabalhadoras exemplares, as perfeitas domésticas que lavam-passam-cozinham-arrumam, mães e companheiras. E isto, obviamente, embonecadas e perfumadas! Pensamos mais do que a maioria dos homens... muitas vezes, já vimos o filme todo enquanto eles ainda estão na fila das pipocas. E não devemos dizer-lhes isto nas trombas, sob pena de os ofendermos na sua frágil dignidade masculina!

Talvez isto soe a discursos feministas exacerbados mais apropriados a uma sufragista do início do século passado do que a mim. Pessoalmente, nunca senti uma parte do que descrevo, no que se refere a comportamentos exigidos a mulheres. Mas tenho a consciência de que pertenço a uma minoria. E a verdade é que enquanto for necessário um Dia Internacional da Mulher há pelo menos uma de nós que é tratada de forma abaixo daquela que merece.

Livros

Decidi que não comprarei livros nos próximos tempos. Mais concretamente, não compro nem mais um livro até ao dia 21 de Julho, data de lançamento do último livro do Harry Potter. Tenho carradas de livros, não tenho espaço para arrumar nem mais um volume... e ainda há uma quantidade significativa que nunca li!

Há algumas semanas, peguei no Grécia Revisitada, de Frederico Lourenço: um conjunto de ensaios sobre temáticas da cultura grega, escritas em tom mais ou menos ligeiro, muito didáctico, com muito sentido de humor. Tenho rido imenso com a forma despretenciosa e, frequentemente, intimista como o autor escreve sobre personagens e autores da poesia e do teatro gregos... quase como se estivesse a escrever sobre as manias estranhas dos seus parentes da província :)

diamantes e dourados

Diamantes - são irresistíveis :) «calhauzinhos brilhantes e nada mais, pensava eu...» Nada disso! Depois de pôr um no dedo, nunca mais fui a mesma. E mesmo não estando na onda do preciso, preciso, preciso! gosto de ver umas joiazitas :) Sábado, fui ver a exposição Cartier, na Gulbenkian. Não percebo pevide de ourivesaria, mas como em todas as outras artes, creio que tudo se resume a gostar ou não do que se vê. E eu gostei! Peças deslumbrantes: os relógios misteriosos, uma fivela para um cinto em forma de escaravelho, incorporando faiança egípcia datada de 2000 a.C., diademas e mais diademas.... e a minha peça preferida: um pente para bigode, giríssimo por ser pequenito e por evocar homens requintados do início do século XX, feito de casca de tartaruga e com o respectivo estojinho! A exposição termina no final de Abril.

Dourados - tons predominantes no filme A Maldição da Flor Dourada, que vi no domingo. Fotografia fantástica, guarda-roupa impressionante, banda sonora forte, artes marciais q.b., mas nada de saltariquices excessivas. Há qualquer coisa nos argumentos dos filmes chineses que me escapa... provavelmente porque não partilhamos o mesmo código de valores. Seja como for, cinema é sobretudo entretenimento, e sai-se deste filme com a sensação de ter passado um par de horas agradáveis.