31 outubro 2006

Viagens que mudam tudo

A viagem que mudou a minha vida iniciou-se às oito e picos, na estação de Santa Apolónia, há exactamente 10 anos. Depois de ter entrado na minha sexta opção na primeira fase do acesso ao ensino superior, tinha sido admitida, na segunda fase de candidaturas, no curso que queria. A 31 de Outubro de 1996 fui conhecer a minha nova cidade e a minha nova universidade. Ainda não tinha a certeza de conseguir convencer os meus pais a permitir que estudasse fora de Lisboa. Fui reunir argumentos a meu favor.
Braga era uma cidade estranha, da qual não tinha boa impressão, recheada de igrejas e sapatarias. Não conhecia ninguém, não sabia ir a lado nenhum. Fui gentilmente escoltada por uma colega que frequentava algumas das minhas cadeiras na Universidade de Lisboa. Levou-me ao Campus de Gualtar e aos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho, para ver se podia viver na residência. Depois, fez-me um tour do centro da cidade.
Chuviscava. Havia um bocadinho de nevoeiro. A 31 de Outubro, faz-se o mercado de flores para os dias de Todos os Santos e Fiéis Defuntos, na praça do Munícipio, que veio a tornar-se uma das minhas praças preferidas da cidade. Eram crisântemos e mais crisântemos, verduras, velas, santinhos, vasos e demais parafernália, envoltos no cinzento característico dos dias de chuva bracarenses. Cor. Cheiros. Gente aos magotes. Sotaque. Surreal.
Estava aos saltos porque tinha entrado no curso que queria. Estava receosa com tanta mudança. Mudar de casa, de cidade, de curso, ficar longe de tudo o que me era familiar... Foi como ser aspirada para uma dimensão completamente nova. Uma dimensão que moldou a minha personalidade e mudou a minha forma de estar. Uma dimensão com sotaque, com as cores do Minho, com o calor dos meios mais pequenos. Saudades de Braga!

5 comentários:

tiagugrilu disse...

E biba a voa gente de Vraga, caralho! (desculpa aí o caralho, mas a escatologia é domínio das gentes do Norte)

Anónimo disse...

Já nos conhecemos há quase 10 anos. DAS!... (leia-se Demasiado A Sèrio (estreia no Indie Lisboa 2007)). Nunca me hei-de esquecer daquelas 17 horas.

Calíope disse...

Foste aspirada, mas o aspirador voltou a cuspir-te para as origens! Ainda bem que ele se engasgou!!! ;)

Borboleta disse...

Grilinho: claro que a utilização desse termo específico se justifica, no contexto do post :)

Estranhoamor: é verdade, o tempo voa! também não me esqueço desse dia memorável :)
parabéns pelo DAS! estarei no Indie, para ver esse filho que demorou tanto para nascer :)

Calíope: fui cuspida, sim, mas em versão «new and improved me»!

IronMan disse...

A berdade é que biste a luz!
Se num foce esta sidade inda tabas a falar à Moura e o teu lexico (esta fui buscar ao dicionario) taba reduzido às palabras "imperial" "bica" "vamos beber café" e afins.
Além do mais num saberias usar o "caralho" cumu birgula e o "foda-se" cumo ponto final.

Tajaber!!!

A malta induca-os e debolbe-los pra que inbanjelizem a Mouraria de foram a abrir os jolhos a esses murcões!

Palém do mais serbem de desculpa pra malta ir a Lisboa de bês inquando.

Fazes cá falta!! Mas és mais útil aíe!!!

BEIJOS!!
TAJÉ BELHA!!!