12 junho 2006

Oooh Tita!!!

Tita é a irmã de uma das minhas amigas da escola secundária, mais velha que nós uns 6 ou 7 anos. sempre que uma de nós falava de rapazes, ela tinha uma pergunta obrigatória: nós diziamos «ele é lindo, tem uns olhos (ou pernas, ou rabo ou qualquer outra parte corporal) lindos!» e ela disparava logo «de que é que vocês falam?», ao que nós respondíamos em coro «Oooh Tita, o que é que isso interessa?!».
na altura, ter assunto para falar era o que menos importava...! alguns anos depois, percebo imensamente bem a pergunta. vamos combinar :) mais coisa menos coisa, a parte física resume-se em meia dúzia de linhas, por muita imaginação que se tenha. ok, eu aceito, pode resumir-se em duas ou três páginas...! mas depois, o que é que se faz com a pessoa? conversa-se, que remédio! e aqui voltamos à pergunta da Tita - «de que é que vocês falam?»
se ele só fala de carros, futebol, saídas com os amigos ou problemas do trabalho, e se vocês querem falar daquele vestido lindo que viram numa montra à hora de almoço, como é que se entendem? se ele não gosta de literatura, se só vê filmes de acção e se houve música que não lembra ao diabo... o entendimento é difícil. mas não é impossível!
é muito mais fácil conversar com pessoas que partilham os nossos interesses ou que têm curiosidade em conhecer aquilo de que gostamos. mas mais importante do que isso é aceitar: uma grande parte de todas as relações é o respeito e a admiração pela outra parte. podemos não ter nada a ver com a outra pessoa, mas temos de ser capazes de aceitar a diferença e aprender a lidar com ela. de caminho, podemos sempre deixar que essa pessoa nos ensine alguma coisa.

2 comentários:

LadyBOO disse...

Prometo que vou pensar melhor neste assunto e volto para comentar. Mas continua a achar que a fase do "ele e tãããããão lindo!" é absolutamente maravilhosa!

Calíope disse...

Eu também continuo a achar muito elucidativo um "ele é tãããããããooo lindo!", pois verdade seja dita não é qualquer um que merece um ditongo nasal tão prolongado. Mas surpreendam-se! Recentemente estive a conversar sobre como tornar os impostos numa coisa positiva(!!!!) e pior: até achei interessante! ;)