29 outubro 2007

Praia

Ir à praia nesta altura do ano é bom, não só para a corzinha :) Ontem fui à praia da mata, com a minha irmãzinha e respectivos pais, correr, fazer bolinhos e buracos na areia. Cheirar o mar. Apanhar sol. Muito bom!

Pecados II


É por estas e por outras que eu não consigo ser magra :P
(Na imagem, petit gateau. Aqui, a receita do Olivier Anquier)

Coches

Decidi (re)visitar museus de Lisboa: visto que estou confinada ao território nacional nos próximos tempos, nada como fazer o meu «vá para fora cá dentro, a bordo dos autocarros da Carris» :D

O Museu Nacional dos Coches é um dos museus que povoa a minhas recordações de infância. Trata-se de um antigo picadeiro do sec. XVIII, adaptado a museu no início do sec. XX, por iniciativa da Rainha D. Amélia, e só por si merece uma visita.
Além dos coches, berlindas e outros veículos lindíssimos e respectivas equipagens, o Museu exibe a historiografia da devoção à Senhora do Cabo e uma galeria de retratos de vários Reis e Rainhas da Casa de Bragança. Fiquei triste por não ver o retrato de D. Carlota Joaquina, que já não está na galeria, onde figuram o seu marido e dois dos seus filhos. Segundo me disseram, está pendurado na parte administrativa do museu... Desperdício!
Do espólio, saliento os coches da Embaixada portuguesa ao Papa Clemente XI e o Coche da Mesa, um veículo de viagem usado na cerimónia da Troca das Princesas entre Portugal e Espanha, em 1729.
Gostei deste conceito mercantilista de trocar princesas :) Imaginem a cena interpretada à Gato Fedorento - Diz o Rei D. João V de Portugal «toma lá, ó Filipe V de Espanha, a nossa Maria Bárbara, para casar com o teu filho Fernando e dá-nos cá a tua Mariana Vitória, para casar com o nosso D. José.» Isto com toda a pompa devida às cortes riquíssimas da época... LINDO! Cheira a troca de berlindes ou cromos do Bolicao, não cheira? :)

Hermitage em Lisboa

Fui à inauguração da exposição Arte e Cultura do Império Russo nas Colecções do Hermitage - De Pedro, O Grande, a Nicolau II. Sim, às vezes sou um bocado posh :) Mas posh a sério é uma certa British Cashew, que recebeu o convite e teve a gentileza de me levar a tiracolo.
Gostei da exposição, que é variada no tipo e qualidade das peças. Gostei sobretudo das peças que evocam a vida quotidiana da corte imperial, como as ementas para festas, os exemplares de serviços de mesa, os instrumentos médicos do czar Pedro, um trenó para crianças. Fiquei encantada com a miniatura das insígnias reais feitas em metais e pedras preciosas pelas oficinas de Carl Fabergé para o czar Nicolau. A última família da Dinastia Romanov está amplamente representada por fotografias, retratos, alguns painéis informativos.
Não fiquei fascinada com o espaço. Creio que tinha expectativas muito elevadas relativamente à Galeria de Pintura do Rei D. Luís - saiu-me um espaço com chão pintado de cinzento, com as cantarias maltratadas em muitos pontos e com ar de não ter sido varrido como deve ser. Provavelmente, são percalços de uma inauguração... impressões a corrigir numa segunda visita!

23 outubro 2007

Dumbledore Gay?

J .K. Rowling disse, há dias, que o personagem Albus Dumbledore é gay. As suas declarações foram alvo de inúmeras notícias nos media. Fiquei com um bocado de mau-feitio em relação a este anúncio, se assim lhe posso chamar, porque me pareceu uma declaração fora de tempo. Por outro lado, esta novidade em nada adianta ao conteúdo dos livros: para quem os leu, tanto dá se Dumbledore é gay ou não, porque o conteúdo da história, que entretanto já terminou, não muda devido à orientação sexual de um dos seus personagens. A orientação sexual das personagens não tem grande importância, porque não faz parte das temáticas abordadas na série Harry Potter, nem de forma marginal.
Não adianta discutir que a personagem em causa tem comportamentos assexuados durante toda a série, como a grande maioria das personagens, aliás. Dizer que a autora sempre imaginou o personagem como gay é supérfluo agora; acreditar que um anúncio a posteriori da edição do último livro da série irá fomentar a tolerância para com as pessoas homossexuais é o mesmo que acreditar no Pai Natal. Isso talvez acontecesse se a personagem fosse abertamente gay durante o desenrolar da história; por esta via, não acontecerá, certamente. Ou a senhora acha mesmo que as pessoas que não leram ainda os livros vão lembrar-se desta declaração quando os lerem e ser mais tolerantes por isso?
A seguir alguém lhe faz uma pergunta parva sobre a antipatia do tio Vernon por feiticeiros e a autora responderá que ele tinha ambições a ser um :) tinha a sua graça, também... Aguardemos mais sessões públicas de perguntas!

19 outubro 2007

A saída

Não era inesperado... já se adivinhava aqui e aqui. Tentei segurar-me, por afecto, por fé, por esperança. Não deu. Tenho pena, mas sinto um alívio desmedido por terminar o que se tornara um suplício. Saí com as cartas na mesa, esperando que a minha saída mude alguma coisa - não sei ao certo se isso acontecerá.

Quanto a mim, agora é meia bola e força!

17 outubro 2007

Nadia



Nitin Sawhney e Reena Bhardwaj


FANTÁSTICO!

16 outubro 2007

Oumou Sangaré

Oumou Sangaré nasceu no Mali. Esteve este ano no Festival Músicas do Mundo de Sines. Descobri-a por acaso, ao ler uma secção de comentários no blog da Trendy, que entretanto me enviou um URL onde se pode descarregar uma canção; acabei por comprar a colectânea da senhora.

Gosto do som, mesmo não sabendo sempre o que ela está a cantar. Deve ser da minha tendência para gostar de tudo o que não seja demasiado batido. Já me disseram que, um dia destes, estarei a ouvir a música desconhecida dos pastores húngaros de pés descalços ® :)

Bruxelas


Quero ir a Bruxelas!
Quero um subsídio de viagem!
Quero ajudas de custo!
Quero férias!
Quero companhia :)


[E aqui abro um parêntesis para dizer que estou MUITO esquisita nisso de escolher ou aceitar companhia para viajar - se pensou responder ao meu repto mas acha que uma ou mais das frases abaixo o/a descreve, esqueça! :)
  • «Em férias acordo cedo e espero que a minha companhia faça o mesmo»;
  • «Faço roteiros de locais a ver que sigo religiosamente»;
  • «Em museus, espero que a minha companhia me acompanhe a par e passo»;
  • «Andar não é para mim»;
  • «Sou um ás com mapas»;
  • «Não bebo, não fumo, não danço, não gosto de chocolate, não sei jogar à sueca»;
  • «As férias com amigos servem para pôr a conversa em dia»;
  • «Gosto de fazer poses e tirar muitas fotografias»;
  • «Fico rabujento/a se não como/durmo a horas».
Férias numa grande cidade desconhecida são sinónimo de: conhecer museus, jardins, palácios, templos religiosos, restaurantes, cafés, lojas, feiras; andar quilómetros; perder-me em becos; silêncio próprio e ruído alheio; ficar parada durante tempos esquecidos diante de um quadro ou de uma paisagem; escrever. Pequenas fugas.]

12 outubro 2007

A evolução da espécie

Veste fatos estranhos, gravatas e camisas de gosto e coloração duvidosa; emparelha a cor da armação dos óculos com a cor de uma das peças acima referidas. Diz todo o género de parvoíces, entrevista as figuras mais peregrinas e é parte activa dos mais comoventes e/ou dos mais hilariantes momentos da TV matinal. É dos meus ídolos, claro está!

Eu ainda sou do tempo em que este senhor usava um farfalhudo bigode e aparecia nos programas da manhã da RTP, atrás de um balcão de cozinha, enfarpeladinho de branco, cortando vegetais, provando comidinhas, falando na necessidade de fazer uma alimentação correcta, com receitas simples. Era mais sisudo nessa altura, creio. Isso, ou o bigode impunha mais respeito!

Os pratos ficavam bonitos na televisão, as receitam eram fáceis - ainda me lembro de apontar receitas e quantidades num papel. Toda a gente tem memórias televisivas do tempo da outra senhora; eu tenho o Goucha. E tenho saudades desta sua faceta. Não me queiram mal por isso.

Modernices

Inaugura-se hoje a nova basílica do Santuário de Fátima que é, dizem, a 4ª maior do Mundo. Com cerca de 9000 lugares sentados, a Basílica da Santíssima Trindade foi construída exclusivamente com fundos provenientes dos donativos dos peregrinos (ai, tanta moedinha na caixa!). A obra gerou polémica por ter sido projectada por um arquitecto cristão ortodoxo e tem entre os seus elementos decorativos uma imagem de Cristo Crucificado estilizado em formas geométricas e uma estátua de João Paulo II retratado já no período de mais idade e menos saúde.
Dizia uma senhora, entrevistada esta manhã no Santuário, que aquele Cristo só com uma perna e com a cabeça angulosa não lhe diz nada. Já do nosso Papa velhinho gostou muito. Noutros tempos, tais atentados à santa imagem do senhor dariam fogueira. Modernices! A seguir retratam Nossa Senhora de mini-saia, querem ver? :)

As celebrações do fim-de-semana, em que se comemoram os 90 anos das aparições serão vigiadas pela GNR, na Operação Trindade, nome muito a calhar num momento repleto de solenidade religiosa. Gostava de conhecer o artista que inventa os nomes destas mega-operações policiais! Provavelmente, estas pérolas ocorrem-lhes nos intervalos da escrita de scripts para a TVI.

Sic transit gloriae mundi!
(Admitam que esta citação vem mesmo a calhar - quase tanto como o nome da operação dos nossos gê-nê-rês!)

Retrato de família

Aqui à porta trabalha a mãe; o pai trabalha pelo edifício; a filha estuda do outro lado da rua. Almoçam juntos várias vezes por semana e fazem uma pausa pós-prandial dentro do escritório. Nesses momentos, a sala da frente transforma-se numa extensão lá de casa, de certeza :) Mesmo não querendo, vou apanhando pedaços de conversa:
  • marido a implicar com a mulher;
  • mulher a mandar o marido para determinadas partes anatómicas;
  • mãe a ralhar com a filha, normalmente por causa da escola ou das horas tardias a que chega a casa;
  • filha a expulsar a mãe da sua secretária, porque precisa de ver o messenger;
  • pai a implicar com a filha, por causa da roupa, do namorado, dos estudos;
  • filha a responder torto ao pai;
  • mãe a contemporizar a situação;
  • mulher falando enternecida sobre o cão da família.
Haverá alguma coisa melhor do que a família, penso eu, quase comovida? :D

11 outubro 2007

Slaï



O que importa neste post não é a imagem manhosa, é a música!

Canta o tipo a certa altura:
Rien n'importe plus à mes yeux maintenant que celui de te rendre heureuse.

Princesas, não era? :)

Verão de Outubro

Está sol, está calor. Tenho uns óculos de sol novos. Quero praia, esplanadas, petiscos, sol nas costas, tardes longas e despreocupadas. Quero passear na Baixa, subir ao Carmo, andar no elevador de Sta. Justa. Quero fazer compras. E aqui estou fechada no escritório. Não há justiça.

10 outubro 2007

my bones


É o penúltimo livro da minha autora de policiais preferida. Chegou-me às mãos ontem, por vias tortuosas. O que era um empréstimo ao Gimli passou a oferta. E a oferta passou para mim, porque eu tenho todos os livros anteriores da autora. Thank you, Gimli! :)

04 outubro 2007

Birmânia


Concentração no Marquês de Pombal, no dia 8 de Outubro, entre as 19h e as 21h, a favor da vítimas da Birmânia. Vem e traz uma vela.

Pode ser que não mude nada, mas ficar parado também não resolve.

Porque sim...

... dei por mim a ver vídeos dos Guns e de Bon Jovi no youtube. E a cantar. E a saber ainda as letras! Grandes bandas da minha adolescência. Grandes malhas, grandes baladas.
Civil War, November Rain, Don't Cry, Knocking on Heavens' Door. You Give Love a Bad Name, Bad Medicine, Living on a Prayer.


Grandes e inesquecíveis bailes da escola, onde se começavam e acabavam amizades, namoros e curtes. Improváveis momentos. Ser a menina copinho-de-leite ao lado de quem se mandava sentar os mauzões da turma, de castigo. O «rebelde» da minha turma do 6º ano cantava-me Bon Jovi baixinho durante as aulas.
Figurinhas de que nos lembramos hoje, entre muitas gargalhadas. Imagens de marca. Rockers com ar sujo, despenteados, mal vestidos, totalmente adorados. As pulseiras de borracha preta que eram vedantes de bidons; as pulseiras de pele que ficam mal-cheirosas com o tempo. Posters: Bravo, Smash Hits, Pop Rock, Super Som. Cassetes manhosas que se ouviam N vezes, até gastar. Ver o Top+ e gravar clips. Ir à Valentim de Carvalho, no Rossio.

Apetece-me saltar.

03 outubro 2007

02 outubro 2007

Sempre a bombar :)

Domingo fiz parte de uma mini-excursão de família, com destino à outra margem. Música de serviço, a bombar à maluca? Kisombas velhinhas! Eu, que não sei crioulo, fartei-me de cantar velhos hits das pistas de dança: always in my heart, alta segurança, amor, fazi amor com bo, amar-te assim, res de funaná. E sim, esta última não é uma kisomba, mas é um hit intemporal! ia ia, ia ia, com feeling.
Terapia do dia, antes que o mau tempo, o trabalho e os miúdos a esganiçarem-se no karaoke montado na Alameda da Universidade me tirem do sério: bombar a pasta inteira das kizes, com headphones :) Em fila de espera estão pérolas como kazangá, pura ilusão, materialista, allô cherie, bo é tudo que neste e o mar. Adivinha-se uma tarde em grande!

01 outubro 2007

de uma das minhas bandas preferidas

PARA ANIMAR AS HOSTES, QUE SEGUNDA-FEIRA É SEMPRE AQUELE DIA!




Hey, what's happened to our lives?
When did you and me forget how to have a good time?
And we gotta get back to the life
That we forgot 'cos we got too much on our minds

Hey, we got to make some time for the stuff that you can't buy
And get a life 'cos you know all that serious stuff ain't no fun

Who says you can't be happy all the time?
I know but I'm still gonna try
Hey let's all go out tonight
Why don t you and me go out and have a good time?
Make our life a supernatural high
Cos we're both leaving all that bad stuff far behind

Hey there's gonna come a time you kiss it all goodbye
So get a life 'cos you ain't got a clue when that day's gonna come
Who says you can't be happy all the time?
I know but I'm still gonna try

Who says you can't be happy all the time?
Say what you like but I'm still gonna try
Who says you can't be happy all the time?
I know but I'm still gonna try
Who says you can't be happy all the time?
I know but I'm still gonna try

Who says you can't be happy all the time?
Say what you like but I'm still gonna try

But I'm still gonna try
But I'm still gonna try


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Happy | Lighthouse Family

Emigrar ou não?

Dizem que lá fora é que é - ganha-se mais dinheiro, ganha-se qualidade de vida, abrem-se os horizontes, treinam-se novos idiomas - longe vão os tempos em que emigrar era sinónimo de fuga da opressão política. Emigrar, é actualmente uma escolha que se faz pensando na melhoria das condições de vida (pessoais e da família). Muda-se de país por um emprego melhor, pela oportunidade de ter mais conforto ou porque se encontrou um canto do Mundo onde as coisas fazem mais sentido.
Não duvido que há muito quem tenha saído do país e esteja satisfeito e não condeno quem faz essa opção - o que não tolero é um certo ar de superioridade com que alguns dos que saem falam sobre quem faz a opção consciente de não emigrar. Emigrar não é uma solução mágica para todas as dores.

Felicitações laranja


Na sexta-feira, o Dr. Luís Filipe Menezes ganhou as eleições directas para o cargo de presidente do PSD. Não sendo particularmente apreciadora do senhor e do seu estilo a dar para o popularucho, não deixei de aplaudir a sua vitória. Gosto quando ganha aquele que era dado como perdedor à partida: em política, nada é certo e eleições livres têm sempre uma margem de incerteza que não se deve desprezar. Gosto de ver a vontade popular expressa, mesmo quando esta não augura muito de bom para o partido ou para o país - não é de crer que o novo líder do maior partido da oposição seja um opositor à altura do actual líder do Governo: o tempo dirá se tenho ou não razão.
O voto dos militantes do PSD no Dr. Menezes pode não ter sido um voto de confiança na sua liderança, mas foi claramente, um voto de descontentamento com o seu antecessor e com o seu comportamento em campanha. Um líder em exercício é um líder, mesmo que esteja em plena campanha eleitoral - não deve usar determinadas armas, nem deve descer a determinados patamares, sob pena de perder o respeito daqueles que lidera. Nunca se viu uma campanha tão feia, tão suja, tão cheia de trocas de galhardetes, tão sem ideias, tão recheada de truques e manigâncias a cheirar a tramóia dos instalados no poder como esta. Se esta eleição prova alguma coisa, prova sobretudo que o eleitorado do PSD não anda a dormir.
Ao novo líder cabe mostrar que tem mais substância do que aquela que lhe é atribuída. Vamos ver do que consta a sua moção e a sua estratégia. Até lá, algum benefício da dúvida é-lhe devido. Parabéns, Dr. Menezes!